Dominância do bitcoin está em xeque? Veja as concorrentes que podem rivalizar
Com o bitcoin próximo de sua maior cotação histórica e dominando cerca de 60% do mercado de criptomoedas, o cenário de blockchains sinaliza uma possível inflexão. O preço emblemático de quase US$ 100 mil, maior valor de todos os tempos, abriria espaço para que outros projetos comecem a atrair mais atenção dos investidores. Apesar da expectativa de continuidade na valorização do bitcoin, criptoativos como Ethereum, Solana e Polygon despontam como candidatos a registrar ganhos melhores.
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“Geralmente, quando o bitcoin chega num nível como esse de dominância, o mercado começa a olhar para outros projetos”, afirma Richard Camargo, sócio-fundador e estrategista da Underblock, com base no que aconteceu nos ciclos de 2016 e 2017, 2020 e 2021. “O dinheiro começa a se fragmentar, começa a fluir para novas ideias, para novas narrativas dentro do mercado de cripto.”
Israel Buzaym, diretor de Comunicação do Bitybank reconhece que o bitcoin continuará soberano no longo prazo, embora altcoins como ethereum e solana possam performar melhor nos períodos em que o bitcoin se estabiliza após altas expressivas. Esse fenômeno é chamado de “altseason”.
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Ele exemplifica com a alta de 2021, quando ethereum apresentou valorização maior que o bitcoin. Para Byzaym, a bola da vez agora estaria com a Solana, devido ao aumento de sua utilização, mas não descarta a valorização das outras concorrentes. “Eu bato na tecla das redes”, diz.
De olho nas propostas tecnológicas
Ethereum, solana e polygon são redes que têm um papel central no ecossistema cripto, funcionando como plataformas para diversas aplicações. “A casa sempre ganha”, diz o executivo do Bitybank.
Assim como a solana tem sido utilizada para criação e movimentação de meme coins, o ethereum aparece como uma plataforma de computação descentralizada, permitindo a criação de aplicações como contratos inteligentes e soluções de finanças descentralizadas (DeFi).
Ambas as redes exemplificam, na visão de Buzaym, como as plataformas podem capitalizar sobre narrativas emergentes no mercado de criptomoedas. Essas características, diz, geram potencial de “valorização muito grande para receber um grande volume de capital”.
Thiago Manesco, membro do núcleo central do ICP HUB Brasil, destaca que o bitcoin se mantém no topo do mercado por sua confiança, adoção global, escassez programada e uma narrativa consolidada como reserva de valor digital, similar ao ouro no mercado monetário. Na sua visão, o Ethereum se sobressai pela proposta tecnológica que vai além da reserva de valor, mas como uma infraestrutura essencial para aplicações como DeFi, NFTs e contratos inteligentes.
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Como o mercado cripto opera em ciclos, geralmente guiados pelos halvings do bitcoin, a dominância do BTC é impactada nesses momentos. “Reconhecer esses ciclos permite que o investidor capture valor ao alocar recursos em momentos estratégicos, priorizando BTC em períodos de consolidação e diversificando para altcoins durante fases de alta liquidez e especulação”, salienta.
Composição do portifólio cripto
Olhando para a carteira, Manesco avalia que o bitcoin deve ser o “pilar” de qualquer portfólio, devido a sua função de reserva de valor. “Contudo, é prudente destinar uma parte menor para altcoins, como ethereum, que possuem alto potencial de crescimento em determinados ciclos”. Para maximizar retornos, diz, o investidor precisa monitorar as mudanças de dominância e a maturação de novas narrativas. “O sucesso em cripto não está apenas em escolher as moedas certas, mas em saber a hora certa de alocar e rebalancear, alinhando-se aos ciclos do mercado”.
Richard Camargo, da Underblock, sugere que metade do portfólio deve estar alocada em bitcoin, dado seu papel como reserva de valor. A segunda maior posição deveria ser destinada à Solana, que lidera a inovação em DeFi, jogos e outros segmentos. “Solana para a gente é o grande contender”, afirma. “A rede está muito mais rápida, segura, escalável. A gente olha para crescimento de receita, crescimento de usuários, crescimento de aplicações. Tem acontecido com muito mais intensidade na solana”, diz.
Carmargo lembra de diversificação em nichos emergentes, como inteligência artificial e finanças descentralizadas, preferencialmente no ambiente da Solana, “que para a gente será o grande vencedor deste ciclo.”
Assim como seus pares, Israel Buzaym, do BityBank, acredita que os investidores devem concentrar a maior parte do portfólio de cripto em bitcoin, dado seu papel como ativo de reserva e sua crescente demanda institucional. Outra parte significativa deveria estar em ethereum e solana, devido às funcionalidades e potencial de valorização em ciclos de alta. Uma parte pequena, de 5% a 20%, opina, pode ir para investimentos mais arriscados. “A gente brinca que é o gamble”, diz, referindo-se a meme coins e tokens de alto risco, com o objetivo de capturar ganhos de curto prazo.
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Autor: Leo Guimarães