Ibovespa hoje retoma pessimismo da véspera com disparada do dólar e ressaca do pacote fiscal; veja os principais assuntos do mercado
O Ibovespa hoje abriu em queda de 0,11%, aos 124.477 pontos nesta sexta-feira (19). O recuo parece acompanhar o mau humor da véspera, quando o índice fechou a sessão ao menor nível desde junho após decepção com pacote fiscal de Haddad – veja detalhes aqui.
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O viés positivo dos índices de ações do Ocidente e a valorização das commodities podem ser insuficientes para empolgar o principal índice da B3 neste último dia útil da semana e de novembro.
As atenções do mercado estão nas contas públicas do País em meio encontro da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central (BC). Confira aqui a agenda completa do dia.
O que direciona o Ibovespa hoje
Bolsas internacionais
Na volta do feriado de Ação de Graças, os índices futuros de ações em Nova York avançam de olho na dinâmica do varejo em meio à liquidez reduzida antes do fim de semana.
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As bolsas europeias têm viés de baixa em meio a indicadores mistos. As vendas no varejo na Alemanha decepcionaram em outubro, enquanto o crescimento de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) da França no terceiro trimestre veio acima do segundo trimestre (0,2%) impulsionado pelos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris e alta da inflação ao consumidor (CPI) em novembro na zona do euro ficou abaixo da previsão.
Dólar e juros
Na quinta-feira (28), os mercados ficaram agitados após a divulgação do pacote fiscal de Haddad. Alguns dos reflexos mais visíveis foram o novo recorde do dólar a R$ 6 e os juros futuros chegando a tocar o maior nível desde o governo Dilma.
A sexta-feira se inicia em meio a ajustes do dia anterior. O dólar cai e os rendimentos longos dos juros dos Treasuries (títulos da dívida americana) operam nos menores níveis desde outubro com a perspectiva de cortes de juros por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em dezembro e às necessidades de compra de fim de mês de papéis do Tesouro por algumas instituições.
Os mercados brasileiros estão descolados do exterior. Por aqui, a moeda americana já bateu máxima intradia no mercado à vista. Às 10 horas (de Brasília), o dólar à vista subia 0,88%, a R$ 6,0669.
Indicadores econômicos
O setor público teve superávit primário de R$ 36,883 bilhões em outubro, o maior para o mês desde 2016, porém, inferior à mediana das previsões do mercado, de R$ 40,5 bilhões. Neste ano, o setor público acumula déficit primário de R$ 56,678 bilhões até outubro (0,59% do PIB) e em 12 meses, déficit primário R$ 223,521 bilhões até outubro (1,95% do PIB).
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,2% no trimestre encerrado em outubro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi idêntico à mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast.
O intervalo das estimativas ia de 6,0% a 6,4%. Em igual período de 2023, a taxa de desemprego na Pnad estava em 7,6%. No trimestre encerrado em setembro de 2024, a taxa de desocupação estava em 6,4%.
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A renda média real do trabalhador cresceu 3,9% na comparação anual, a R$ 3.255 no trimestre encerrado em outubro.
Commodities
As commodities operavam em direções contrárias no início da manhã, mas o petróleo inverteu o sinal e passou a subir 0,73% (WTI) e 0,22% (Brent). Enquanto isso, o minério de ferro mostra alta de 1,14% nos mercados de Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de firmas não americanas) da Vale (VALE3) mostravam perdas de 2,63% no pré-mercado de Nova York, por volta das 10h10 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) cediam 3,13% no mesmo horário.
Mercado brasileiro
Investidores devem repercutir os sinais hawkish (adoção de política austera, com taxas de juros mais altas) de política monetária do futuro presidente do Banco Central Gabriel Galípolo com a alta do dólar e dos juros.
O mercado hoje observa com atenção a escolha dos novos diretores do Banco Central (BC). O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que o presidente Lula já definiu os nomes, que serão enviados ao Senado em breve. Costa atribuiu ao BC a responsabilidade pela alta do dólar, que o governo deve explicar as medidas e que o dólar vai baixar. “Estamos em contagem regressiva para ter não um Banco Central que seja com olhar para o Executivo, mas um BC que tenha um olhar para o Brasil”, acrescentou.
O dólar fica ainda sob influência da queda externa da divisa e dos rendimentos dos Treasuries em meio à disputa técnica em torno da última taxa Ptax mensal (referência para as operações de câmbio no mercado).
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Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações do Broadcast
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Estadão Conteúdo