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Taxa de desemprego, dívida pública, inflação na Europa e mais destaques desta 6ª

Taxa de desemprego, dívida pública, inflação na Europa e mais destaques desta 6ª

Após uma sessão de forte aversão ao risco, impulsionada pela desconfiança do mercado em relação ao pacote fiscal anunciado pelo governo, que levou o dólar a ultrapassar R$ 6 pela primeira vez e fez o Ibovespa cair mais de 2% na véspera, o destaque desta sexta-feira (29) fica por conta da divulgação da taxa de desemprego e da apresentação do Relatório Mensal da Dívida Pública referente a outubro de 2024.

Nos Estados Unidos, o clima de consumismo pós-feriado de Ação de Graças se intensifica com a chegada da Black Friday, evento anual que marca o início da temporada de compras de fim de ano e que historicamente impulsiona o setor de varejo, com promoções e descontos atraindo milhões de consumidores. Por lá, o pregão estará aberto até às 15h (horário de Brasília), permitindo que os investidores realizem negociações antes do final de semana.

Na Zona do Euro, a principal divulgação será o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de novembro. Assim como nos EUA e no Brasil, o dado é uma das principais métricas de inflação e é acompanhada de perto também como indicação para rumos da política monetária na região.

O que vai mexer com o mercado nesta sexta

Agenda

Os diretores do Banco Central e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, participam às 11h30 do almoço anual dos dirigentes de bancos, promovido pela Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN)​, em São Paulo.

Às 9h, o presidente Lula tem reunião com Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Mais tarde, Lula participa de evento para assinatura de contratos de financiamento do BNDES para infraestrutura e mobilidade urbana de São Paulo.

Brasil

08h30 – Balanço Orçamentário (outubro)

09h: Taxa de desemprego
10h15 – Indicador de Incerteza da Economia Brasil (novembro)

Internacional

Ameaças de Putin

O presidente Vladimir Putin se vangloriou de que a Rússia produz dez vezes mais mísseis do que todos os países da Otan juntos e ameaçou atacar centros de tomada de decisão em Kiev com seu novo míssil balístico de alcance intermediário (IRBM, na sigla em inglês). Durante a cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva em Astana, no Cazaquistão, Putin destacou as capacidades do míssil Oreshnik, afirmando que a Rússia foi forçada a implantá-lo “em resposta às ações do inimigo”, referindo-se ao uso de mísseis fabricados nos EUA e no Reino Unido dentro do território russo. Ele afirmou ainda que não existem “análogos ao Oreshnik russo no mundo” e que equivalentes ocidentais não surgirão tão cedo.

Economia

Pacote fiscal economizará R$ 327 bi em 6 anos

Ontem, o governo apresentou mais detalhes do pacote fiscal, prometendo uma economia de R$ 71,9 bilhões até 2025 e impacto de R$ 327 bilhões até 2030. As medidas incluem a limitação do reajuste do salário mínimo a 2,5% acima da inflação, restrições a benefícios sociais e emendas parlamentares, e mudanças nas aposentadorias militares, além de ajustes no Benefício de Prestação Continuada e no Fundeb.

Recepção favorável a pacote fiscal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que líderes do Congresso receberam positivamente o pacote de contenção de gastos do governo, destacando o “espírito de abertura” nas reuniões com Arthur Lira, presidente da Câmara, e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado. Pacheco indicou que o pacote será prioridade no Senado, esperando que a Câmara o aprove nas próximas duas semanas.

Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, reforçou a expectativa de aprovação até o final do ano, destacando o compromisso do Legislativo. Haddad reconheceu o impacto negativo da proposta de mudanças no imposto de renda no mercado, que viu o dólar ultrapassar R$ 6, mas acredita que o cenário se estabilizará com mais explicações sobre as medidas.

Reforma do IR deve começar a valer em 2026

Haddad afirmou que o projeto de reforma tributária da renda da pessoa física, anunciado na quarta-feira, busca justiça tributária e eficiência, sem intenção de aumentar a arrecadação. A proposta eleva a faixa de isenção do imposto de renda para até R$ 5 mil mensais, compensando a perda de arrecadação com maior taxação para rendas acima de R$ 50 mil por mês, incluindo uma alíquota mínima de 10% para rendimentos de R$ 1 milhão.

O impacto fiscal da ampliação da isenção, estimado em R$ 35 bilhões, será parcialmente equilibrado pelo fim da isenção para aposentados com problemas de saúde graves que recebem mais de R$ 20 mil e por outros ajustes. A reforma beneficiará quem ganha até R$ 7,5 mil, com alíquota reduzida, mas não trará ajuste proporcional para todas as faixas de renda.

Selic deve subir 1 ponto percentual em dezembro

O JP Morgan revisou suas projeções para a política monetária brasileira, prevendo que o Copom elevará a taxa Selic em 1 ponto percentual em dezembro, alcançando 14,25%, diante do agravamento do conflito entre as políticas fiscal e monetária após o anúncio do pacote fiscal do governo.

Segundo o banco, as medidas falharam em recuperar a credibilidade econômica e a economia gerada deve ficar abaixo do esperado, com impacto estimado em R$ 15 bilhões em 2025, frente aos R$ 30,6 bilhões projetados pelo governo.

Política

Sucessão de Lula

Escalado por Lula para apresentar e explicar o pacote de ajuste fiscal do governo em rede nacional, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adotou um tom político em seu pronunciamento em cadeia de rádio e TV.

Segundo membros do governo ouvidos pelo jornal O Globo, Haddad é, atualmente, o candidato mais forte dentro do PT para suceder Lula, seja em 2026, caso o presidente desista da reeleição, ou em 203

Eleições 2026

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que ainda não é o momento para discutir seu papel nas eleições de 2026, mas demonstrou disposição para concorrer à Presidência da República. A declaração foi feita na quarta-feira (27), durante uma visita a Pequim, na China. Leite destacou a necessidade de um nome que não esteja inserido na polarização entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Eu quero, com toda a honestidade, ajudar a viabilizar o país com uma alternativa a essa polarização. Se Bolsonaro é inelegível e Lula não satisfaz o que nós entendemos que o país precisa, nós temos uma responsabilidade de buscar uma alternativa”, afirmou o governador.

Vai à Câmara cota de 5% em contratos com União para mulheres vítimas de violência

O Projeto de Lei 3.595/2019, que reserva pelo menos 5% das vagas nas firmas que prestam serviços ao governo federal para mulheres vítimas de violência doméstica ou em situação de vulnerabilidade social, foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, informou a Agência Senado na quinta-feira (28). Se não houver recurso para votação no Plenário do Senado, o projeto seguirá para análise na Câmara dos Deputados. A relatora da matéria na CCJ foi a senadora Zenaide Maia (PSD-RN).

Projeto veda acordo em casos de crimes raciais

O Projeto de Lei 4.017/2024, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), propõe a alteração do Código de Processo Penal (CPP) para excluir o uso do acordo de não persecução penal (ANPP) em casos de crimes raciais está em análise na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado. O ANPP, introduzido pela Lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime), permite que, em determinados casos, o Ministério Público e o investigado, assistido por seu defensor, celebrem um acordo que resulta na extinção da punibilidade, desde que o acusado confesse formalmente o crime e atenda a requisitos específicos, como a pena mínima prevista ser inferior a quatro anos. Atualmente, o ANPP não é aplicável a crimes de violência doméstica, familiar ou cometidos contra a mulher por questões de gênero. Se aprovado, o PL estenderia essa vedação aos crimes raciais.

Corporativo

Parcerias no setor de Etanol

A Petrobras (PETR4) limitará sua participação em futuras parcerias no setor de etanol a 50%, marcando sua reentrada no segmento com foco em grandes projetos já operacionais, visando futuros mandatos de maior mistura do biocombustível na gasolina. A estatal planeja investir US$ 2,2 bilhões no etanol até 2029, como parte de sua estratégia de baixo carbono, que inclui biometano, SAF e biodiesel, totalizando US$ 16,3 bilhões.

As conversas com grandes produtores de etanol, tanto de cana quanto de milho, estão em andamento, mas os anúncios deverão ocorrer em 2025. A produção nacional de etanol deve atingir 36,1 bilhões de litros na safra 2024/25, com destaque para o crescimento do etanol de milho. A estratégia acompanha mudanças regulatórias, como o aumento do percentual de mistura de etanol anidro na gasolina, atualmente entre 22% e 35%.

Mudança de concessão

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a mudança da operação da Telefônica Brasil (VIVT3) para o regime de autorização, atendendo a um pedido do setor de telecomunicações que visa concentrar investimentos em áreas de maior retorno, em vez de seguir as obrigações de investimentos impostas pelos contratos de concessão.

Em comunicado ao mercado, a Telefônica Brasil informou que a aprovação ocorreu com condicionantes, mas não detalhou os termos definidos pelo TCU, destacando que essas condições ainda precisam ser apreciadas e ratificadas pela firma, pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pelo Ministério das Comunicações.

Leilão Nova Raposo

A Ecorodovias (ECOR3) venceu ontem o leilão do projeto “Nova Raposo”, que inclui 92 km de rodovias ligando São Paulo ao oeste da região metropolitana, oferecendo um ágio de 47.117,67% sobre a outorga mínima de R$ 4,6 milhões, totalizando R$ 2,19 bilhões. O contrato de 30 anos abrange movimentados trechos hoje administrados pela Via Oeste, da CCR, com início da operação pela nova concessionária em 2025.

O investimento obrigatório é de R$ 8 bilhões e cobre trechos como a Raposo Tavares (São Paulo a Cotia) e a Castello Branco (São Paulo a Barueri), essenciais para o fluxo de 720 mil veículos diários. Apesar do resultado, as ações da Ecorodovias caíram 13,64% e as da CCR, 4,99%, refletindo o impacto do certame no mercado.

(com Reuters, Estadão e Agência Brasil)

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Autor: murilomelo

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