Como as empresas podem proteger seus funcionários do vício em bets
Diante do endividamento, qualquer forma de adquirir renda parece uma solução possível – esse pensamento está levando os brasileiros para um caminho ainda mais difícil. A crescente relação da população com as apostas online, especialmente as bets, se tornou uma preocupação nacional. Observamos, inclusive, que chegou ao ambiente corporativo.
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Pesquisa recente da fintech Onze revelou que 31% dos brasileiros fazem apostas regularmente, e 44% desses apostadores recorrem ao cartão de crédito para sustentar esse hábito, agravando suas finanças pessoais. Qual a principal motivação para apostar?
Chega a 73% os que afirmam que apostam para fazer uma renda extra, o que é ainda mais preocupante quando levamos em consideração que 16% dos apostadores já deixaram de pagar suas contas mensais em decorrência das apostas. Trata-se de uma questão social e econômica que atinge não só os colaboradores, mas também suas famílias. Em casos extremos, as consequências podem ser devastadoras, envolvendo dívidas crescentes e até riscos à saúde mental e emocional.
O quadro é complexo: identificamos que 14% dos entrevistados planejam usar o 13º salário em apostas e 5% admitiram já ter utilizado vale-alimentação ou benefício flexível para esse fim. Até mesmo a antecipação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é citada por 6% dos apostadores como opção de recurso.
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Esses números indicam como as bets se transformaram em uma prática que afeta diretamente o planejamento monetário e a estabilidade de muitos trabalhadores. Entretanto, ainda mais preocupante é o impacto emocional dessa prática. Entre os entrevistados, 41% admite que as apostas têm um impacto negativo em sua saúde mental. Outros 25% já tentaram parar de apostar, mas não conseguiram. Para as firmas, esse é um alerta claro: o envolvimento com apostas pode comprometer o bem-estar pessoal e, assim, o profissional, afetando também a produtividade.
Como as firmas podem entrar na causa
Por meio do Raio-X da Saúde Financeira, outro estudo da Onze, identificamos que 57% dos brasileiros consideram que as preocupações financeiras impactam seu bem-estar e qualidade de vida. Além disso, associam o estresse monetário à ansiedade, depressão e dificuldade de concentração. Com isso, é fundamental que as lideranças das firmas e, especificamente, lideranças de Recursos Humanos (RH) estejam atentas a esse comportamento monetário. Nossa pesquisa mostrou que 61% dos trabalhadores desejam que suas firmas ofereçam informações sobre o tema.
Mas, afinal, por onde começar?
Bom, por mais que o dinheiro seja um tabu, quando as pessoas têm a possibilidade de receber apoio para cuidar disso elas se abrem para essa oportunidade. Esse é o impacto: dar atenção e recursos para cuidar de um ponto vital da vida dos colaboradores. A educação financeira no ambiente de trabalho precisa ir além do básico. É vital entender o conceito de saúde financeira, um pilar essencial do bem-estar ao lado da saúde física e emocional.
- Sua bet foi autorizada pelo governo? Veja se o site está na lista
Um bom ponto de partida é o RH trabalhar para que o tema ganhe mais força. Atualmente, essa área atua como um agente transformador essencial em prol do bem-estar e saúde dos colaboradores e, quando a saúde financeira entra como prioridade na agenda do setor, naturalmente o tema ganha prioridade na vida dos profissionais. Já é possível oferecer programas de educação ou saúde financeira que abordem questões como planejamento, prevenção ao endividamento e até o impacto das apostas na saúde física e mental dos colaboradores.
Com espaços seguros de diálogo, essa ação tem o potencial de criar uma cultura que permita aos colaboradores entenderem as consequências das decisões financeiras, especialmente em relação a apostas. Isso demanda oferecer ferramentas práticas para que os funcionários possam gerenciar melhor suas finanças, incluindo benefícios corporativos específicos.
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As bets podem ser vistas como uma busca desesperada por complementar a renda, mas rapidamente se tornam uma armadilha. firmas que investem em programas de suporte monetário e emocional têm a oportunidade de criar um impacto positivo, não apenas para seus colaboradores, mas para toda a organização e para a sociedade. O RH pode ser um divisor de águas ao assumir a liderança nesse tema dentro das organizações.
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: E-Investidor