Bye bye R$ 6? Urgência no pacote fiscal faz dólar cair 1,4% nesta quinta-feira
Por volta das 12h desta quinta-feira (5), o dólar acelerava o movimento de queda com que iniciou a sessão e tinha uma baixa de 1,4% frente ao real, a R$ 5,96. É a primeira vez desde o final da semana passada que a cotação da moeda americana volta a ser negociada abaixo dos R$ 6.
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O alívio vem do comprometimento do presidente da Câmara de Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em articular a votação do pacote fiscal, apresentado pelo governo na última semana, antes do recesso parlamentar. O Legislativo aprovou na noite da quarta (4) a urgência da agenda; assim, as propostas terão análise acelerada e não precisam ser votadas nas comissões temáticas.
“O grande drama para o mercado continua sendo a política fiscal, que se mantém como principal driver de preocupação. Com as negociações na Câmara ganhando tração, os desdobramentos do pacote de cortes de gastos ganham atenção redobrada”, explica Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T Câmbio. “A aprovação dos primeiros requerimentos de urgência os projetos na Câmara é um avanço, mas o calendário apertado e a complexidade política tornam incerto o cumprimento das metas do governo até o fim do ano.”
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A cotação do dólar atingiu seu maior valor da história no início desta semana, a R$ 6,06, no auge do estresse com as medidas apresentadas pelo governo federal para o ajuste fiscal. Como mostramos aqui, as propostas para gerar uma economia de R$ 70 bilhões aos cofres públicos em dois anos não foram bem recebidas, depois de o Executivo anunciar a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Desde então, o câmbio passou por correção da alta acima de R$ 6. A terça (3) e a quarta-feira (4) foram de queda do dólar ante o real, um movimento que se acentua nesta sessão.
Lá fora, a espera pela divulgação de um dos dados mais importantes sobre a economia americana, o payroll, nesta sexta-feira (5), também joga a favor de um dólar mais contido. O indicador pode dar sinais sobre os próximos passos do banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve, em relação a taxa de juros do país.
O mercado se divide entre os que acreditam que a instituição possa cortar a taxa em 25 pontos-base na próxima semana e os mais céticos, que entendem que o ciclo de ajustes deve ser interrompido por ora. A expectativa é de que o payroll, a depender da direção, favoreça uma das apostas.
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“O dólar deve se manter elevado no curto prazo. No entanto, os desdobramentos políticos relacionados ao pacote fiscal e os dados do payroll podem influenciar o sentimento dos investidores, determinando se a moeda americana seguirá fortalecida ou encontrará espaço para recuar”, destaca Costa, da B&T Câmbio.
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Autor: Luíza Lanza