Dólar hoje fecha em queda com avanços do pacote fiscal, mas se mantém aos R$ 6
O dólar hoje fechou em queda, em dia de recuperação para os ativos de risco domésticos. A moeda americana finalizou esta quinta-feira (5) em baixa de 0,63% cotada a R$ 6,0097, após chegar a atingir mínima a R$ 5,9608 durante a sessão. Ao final do pregão, a divisa reduziu o ritmo de perdas e encerrou acima de R$ 6 pela quinta vez consecutiva.
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O dia também foi negativo para o dólar no exterior. Um sinal dessa movimentação é o índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta ponderada de divisas internacionais fortes: euro, iene japonês, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço. O indicador exibia perdas de 0,55% ao final da tarde desta quinta-feira, aos 105,737 pontos.
No Brasil, a notícia de que a Câmara dos Deputados aprovou, na noite de quarta-feira (4), o regime de urgência para duas propostas do pacote fiscal acalmou os ânimos dos investidores. Com essa decisão, as medidas podem ser votadas diretamente no Plenário, sem passar antes pelas comissões da Câmara. As questões tratadas envolvem a limitação da utilização de créditos tributários em caso de déficit nas contas públicas e o alinhamento do modelo de reajuste do salário mínimo à regra de despesas do arcabouço fiscal.
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“Existe aqui um caminho no qual, por mais que o governo tenha fracassado na apresentação do pacote de corte gastos, o Congresso pode tentar minimizar os danos, mas nada que resolva 100% do problema”, avalia Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. “Ainda estamos numa situação de estresse. Outro foco de atenção é a condução da política monetária pelo Banco Central, que vai precisar continuar subindo juros”, complementa.
Dados nos EUA são monitorados antes do payroll
O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos aumentou em 9 mil na semana encerrada em 30 de novembro, para 224 mil, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado contrariou a previsão de analistas consultados pela FactSet, que esperavam 214 mil.
Agora o mercado aguarda o payroll (relatório oficial de emprego americano), a ser divulgado na sexta-feira (6). O dado pode influenciar a percepção dos investidores a respeito de qual será a trajetória dos juros americanos daqui para frente.
De acordo com a mediana de 27 analistas consultados pelo Projeções Broadcast, a economia dos Estados Unidos criou 200 mil empregos em novembro. Caso se confirme, o número representará uma forte recuperação, depois da geração de apenas 12 mil postos no mercado de trabalho no mês anterior.
O dólar vai subir mais?
A cotação do dólar atingiu seu recorde histórico de fechamento no início desta semana, no auge do estresse com as medidas apresentadas pelo governo federal para o ajuste fiscal. As propostas para gerar uma economia de R$ 70 bilhões aos cofres públicos em dois anos não foram bem recebidas, depois de o Executivo anunciar a isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil.
Como mostramos aqui, traçar com exatidão a trajetória do dólar nas próximas semanas é uma tarefa difícil. Mas o consenso é de que a moeda deve se estabilizar em um patamar elevado – ou seja, em um nível acima de R$ 6. “Esse estresse do dólar, nesta magnitude, pode ser considerado pontual. Entretanto, esse movimento faz parte de uma dinâmica de longo prazo de desvalorização do real”, afirma André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online.
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A última edição do Boletim Focus trouxe uma estabilização na projeção para o dólar ao final de 2024, que vinha em alta por seis semanas consecutivas. O mercado agora espera que a moeda americana encerre o ano em R$ 5,70. Para isso, o dólar teria que cair 5% em dezembro.
A estimativa para 2025 aumentou de R$ 5,55 para R$ 5,60, enquanto a de 2026 subiu de R$ 5,50 para R$ 5,60. A projeção do dólar para 2027 não foi alterada.
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Autor: Beatriz Rocha