Empresas do setor de seguros investem quase R$ 20 bilhões em tecnologia e inovação

O setor de seguros é extremamente inovador e tecnológico, com as firmas se destacando como grandes centros de tecnologia. A afirmação foi feita pelo presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (5) no Rio de Janeiro.

Uma pesquisa inédita realizada pela entidade projeta que as firmas do setor no Brasil investirão R$ 19,6 bilhões em tecnologia e inovação neste ano, representando um aumento de 17,5% em comparação com o ano passado, quando os aportes chegaram a R$ 16,7 bilhões.

“O investimento em tecnologia e inovação cresce mais do que a expansão do setor, pois aumenta em termos percentuais. No entanto, há uma vinculação entre o tamanho do mercado e o volume de investimentos”, disse Oliveira. É importante ressaltar que o setor de seguros espera um crescimento de 11% para este ano.

Para o presidente da CNseg, o investimento em tecnologia é parte fundamental da estratégia de todas as firmas, e aquelas que não aplicarem recursos nessa área correm o risco de ficar para trás no mercado. A pesquisa revela que a maioria das firmas já reconheceu essa importância, com 71% dos respondentes afirmando que há previsão de aumento nos investimentos em inovação.

Ao comparar as práticas adotadas pelas firmas mais inovadoras do Brasil, 45% delas investem até 5% de sua receita em inovação, enquanto no setor de seguros, 67% das firmas seguem esse padrão. No entanto, o número de firmas que ultrapassam 5% ainda é baixo, atingindo apenas 8%. Em comparação, 22% das firmas mais inovadoras de outros segmentos destinam valores acima desse patamar, conforme apontou o estudo.

O levantamento também mostrou que 46% das firmas mantiveram investimentos superiores a 10% em inovação tanto em 2023 quanto em 2024, em relação ao total de investimentos realizados. Alexandre Leal, diretor técnico de estudos e relações regulatórias da CNseg, destacou que, com base na pesquisa, o mercado segurador investe mais na faixa entre 1% e 5% do que os demais setores, mas investe menos na faixa acima de 5%.

A maioria das iniciativas implementadas em 2023 e no primeiro semestre deste ano está relacionada à gestão de distribuição, ou seja, à venda, com a maior parte dos recursos direcionados para o desenvolvimento de produtos e serviços, processos e infraestrutura.

Como nasce a inovação

O levantamento revela que 75% das seguradoras possuem uma área dedicada à inovação, com cargos e responsabilidades bem definidas. No entanto, a origem dos projetos provém de áreas distintas, com iniciativas promovidas pela área de inovação.

Além disso, para 92% das firmas, a inovação ocorre de maneira colaborativa com outros agentes do mercado.

Regulação

Outro ponto levantado pela pesquisa foi a questão da regulação. A amostra apresentou opiniões divergentes em relação ao open insurance (Opin), com 56% dos participantes tendo uma visão mais positiva, enquanto 44% consideram a iniciativa apenas uma resposta regulatória sem uma relação clara com a estratégia de inovação da firma.

Chama a atenção que as firmas que não participam do Opin têm uma visão mais positiva em comparação aos executivos das firmas que participam.

Confira o que pensam as firmas

Participantes do Open Insurance

• 37% consideram que é uma iniciativa inserida na estratégia de inovação da firma.
• 26% acreditam que é uma iniciativa em desenvolvimento apenas para atender à demanda regulatória, sem uma relação clara com a estratégia de inovação.
• 21% veem como uma iniciativa que fomenta o ambiente de inovação no mercado.
• 16% consideram que é uma iniciativa em desenvolvimento apenas para atender à demanda regulatória, desviando recursos que poderiam ser alocados de forma mais eficaz em outras iniciativas ligadas à inovação.

Não participantes do Open Insurance

Entre as firmas que não participam do Opin, os dados são diferentes:

• 67% afirmam que é uma iniciativa que fomenta o ambiente de inovação no mercado.
• 33% consideram que é uma iniciativa em desenvolvimento apenas para atender à demanda regulatória, desviando recursos que poderiam ser alocados de forma mais eficaz em outras iniciativas diretamente ligadas à inovação.

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