Ucrânia exibe novo “drone-foguete” em tentativa de aumentar ataques de longo alcance

A Ucrânia exibiu nesta sexta-feira (6) um novo “drone-foguete” produzido localmente que, segundo ela, pode voar 700 km — mais do que o dobro do maior alcance atribuído aos mísseis fornecidos pelos aliados ocidentais.

A nave não tripulada, chamada de “Peklo” — que significa inferno em ucraniano — é o segundo “drone-foguete” revelado por Kiev, que tenta aumentar sua capacidade de atacar profundamente a Rússia, que a invadiu há 33 meses.

Os drones podem atingir velocidades de 700 km/h, disse aos repórteres um representante da Ukroboronprom, fabricante estatal de armas da Ucrânia, durante a cerimônia em que os drones foram oficialmente entregues às Forças Armadas.

Nenhum outro detalhe foi fornecido e nenhuma evidência foi dada sobre o alcance ou a velocidade do drone. A Ucrânia tem divulgado poucos detalhes de sua indústria de armas, citando preocupações sobre a possibilidade de fornecer informações úteis a Moscou.

O ministro da produção de armas da Ucrânia disse à Reuters em novembro que o “drone-foguete” poderia ser visto como algo semelhante a um míssil de cruzeiro, que voa baixo em uma trajetória guiada até seu alvo, geralmente abaixo da velocidade do som.

Os drones tinham mais de um metro de comprimento, com pequenas asas em ambos os lados e duas aletas de cauda. Os mísseis ATACMS fornecidos pelos EUA têm um alcance declarado de pouco mais de 300 km.

A Rússia tem usado milhares de mísseis e drones de longo alcance para atingir alvos militares e de infraestrutura em toda a Ucrânia.

Kiev tem buscado a capacidade de contra-atacar, mas seus aliados, até o mês passado, resistiram aos apelos para permitir o uso de seus mísseis em alvos nas profundezas da Rússia.

O presidente Volodymyr Zelensky, que estava presente na cerimônia desta sexta-feira, disse no mês passado que a Ucrânia estava desenvolvendo quatro mísseis diferentes.

No entanto, apesar de já terem sido realizados lançamentos bem-sucedidos, o programa de mísseis tem sido afetado por problemas na cadeia de suprimentos global, disse anteriormente à Reuters o ministro das armas da Ucrânia.

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