Mercado financeiro hoje: Lula em cirurgia às pressas, IPCA e mais 5 assuntos para ficar no radar antes da abertura da Bolsa
A agenda econômica desta terça-feira (10) destaca o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, na véspera de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). As atenções do mercado monetário hoje ficam ainda no estado de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi operado às pressas nesta madrugada, após sentir dores de cabeça e está sendo monitorado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – veja os detalhes aqui.
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Ainda na agenda econômica hoje, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) faz sabatina dos indicados do governo para diretoria do Banco Central (BC): Nilton David (Política Monetária), Izabela Correa (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) e Gilneu Vivan (Regulação).
O plenário do Senado pode votar o projeto de lei que regulamenta o uso da inteligência artificial (IA). Os senadores também podem votar o projeto de lei que cria o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten).
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Além disso, o Secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, participa de almoço da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE). O Tesouro faz leilões de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B, títulos públicos com rendimento atrelado à inflação) e Letra Financeira do Tesouro (LFT, título pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa de juros).
No exterior, os Estados Unidos informam os dados do custo unitário da mão de obra do terceiro trimestre. Na Áustria ocorre a conferência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Confira os 7 assuntos mais importantes do mercado monetário hoje
Bolsas internacionais
O sinal negativo prevalece nas bolsas em dia de agenda fraca, com mercados em compasso de espera pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI) americano na quarta-feira (11). A Pantheon Macroeconomics espera um avanço de 0,3% no confronto mensal do núcleo do CPI, que deve ser insuficiente para impedir o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de cortar juros na semana que vem.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida americana) avançam e o dólar sobe ante rivais e maioria das moedas emergentes e ligadas a commodities.
Na China, os juros dos títulos da dívida operam em forte baixa e o yuan estende os ganhos da véspera, um dia após o principal órgão político do país asiático prometer adotar uma política fiscal “mais proativa” e uma postura monetária “moderadamente frouxa”.
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Na Coreia do Sul, o governo anunciou na segunda-feira (9) um pacote de medidas para apoiar a liquidez dos mercados, em meio à crise política.
Dólar
O dólar fechou em alta e renovou o seu recorde histórico de encerramento pela segunda sessão seguida na segunda-feira (9). A moeda americana encerrou em valorização de 0,20% cotada a R$ 6,0829, oscilando entre máxima a R$ 6,0898 e mínima a R$ 6,0376 durante o pregão.
No exterior, a divisa dos EUA também teve um desempenho positivo. O índice DYX, termômetro do comportamento do dólar em relação a seis moedas fortes (euro, iene japonês, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço), exibia ganhos de 0,11% ao final da tarde da segunda-feira, aos 106,171 pontos.
Presidente Lula
O presidente Lula foi internado às pressas na madrugada desta terça-feira após sentir dores de cabeça, segundo informou um boletim divulgado pelo Hospital Albert Einstein. “A ressonância magnética mostrou hemorragia intracraniana, decorrente do acidente domiciliar sofrido em 19/10”, diz o boletim.
Transferido para o Hospital Sírio-Líbanês, Lula passou por cirurgia que ocorreu sem intercorrências e está em boas condições de saúde sob supervisão médica na UTI. O Hospital sírio-libanês realiza coletiva para dar novas informações às 9 horas.
Copom
O Comitê de Política Monetária inicia suas discussões sobre o rumo dos juros no País nesta terça-feira (10) e deve sinalizar o resultado na quarta-feira (11). As apostas do mercado mostram uma alta de 100 pontos-base da Selic, indo para 12,25% ao ano.
IPCA
Os investidores também acompanham os dados de inflação do País em novembro, pelo IPCA. Segundo as projeções do mercado, o indicador deve desacelerar para 0,36% em novembro, após alta de 0,56% em outubro.
Vale lembrar que, em outubro, a inflação estourou o teto da meta (4,76%), chamando atenção para a condução da política monetária no País.
Commodities
As commodities operam em direções contrárias nesta manhã, ignorando o otimismo da véspera. O minério de ferro fechou em alta de 1,87% em Dalian, na China, enquanto o petróleo cede em torno de 0,60%.
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Seguindo os sinais opostos das commodities, os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de firmas não americanas) da Vale (VALE3) caíam 0,10% no pré-mercado de Nova York, por volta das 8h25 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) avançavam 0,14%.
Pacote fiscal e mercado brasileiro
Os mercados domésticos acompanham nesta terça-feira o desenrolar da tramitação do pacote de cortes de gastos, que correu o risco de emperrar após o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitar o pedido do governo para rever decisão sobre as emendas parlamentares.
Após reunião com o presidente Lula na segunda-feira (9) à noite, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou a líderes de que pode destravar a tramitação do pacote, mas que aguarda a confirmação de que o Executivo resolverá, de fato, a insatisfação do Parlamento em relação à execução das emendas.
O EWZ, principal fundo de índice (ETF, fundo de investimento negociado na Bolsa de Valores como se fosse uma ação) do Brasil em Nova York, caía no pré-mercado, sinalizando que o mercado monetário hoje pode ser de fôlego contido diante dos sinais opostos das commodities e dos índices futuros em NY.
* Com informações do Broadcast
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Estadão Conteúdo