B3: volumes operacionais sobem, mas correlação com mercado acionário gera dificuldade
A B3 (B3SA3) registrou crescimento nos volumes operacionais em novembro, especialmente nos mercados de renda variável e futuros de ações. No entanto, ainda enfrenta dificuldades devido à correlação com o mercado de ações, refletida na queda acumulada de 28% nas ações da bolsa no ano. Na tarde desta quarta-feira (11), a ação da B3 acumulava uma queda de 0,30%, com os papéis sendo negociados a R$ 10,13 no Ibovespa.
Em relatório, a XP Investimentos informou que o volume médio diário da B3 para ações à vista foi de R$ 25,4 bilhões, representando um aumento de 18,4% em relação ao mês anterior, embora ainda seja 4,1% inferior ao mesmo período de 2023. Esse crescimento foi impulsionado por produtos como Exchange Traded Funds (ETFs), Brazilian Depositary Receipts (BDRs) e fundos listados.
Os futuros de ações registraram o sexto maior crescimento desde fevereiro de 2000, com um aumento de 50,7% em relação ao mês anterior. Por outro lado, a receita média por contrato diminuiu tanto na comparação anual quanto mensal, evidenciando certas dificuldades em termos de lucratividade.
No mercado de renda fixa, as novas emissões totalizaram R$ 1,627 bilhão, um aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo os analistas. Os instrumentos do agronegócio (+61% a/a) e os títulos de bancos (+227% a/a) impulsionaram esse crescimento. O estoque total em circulação alcançou R$ 7,469 bilhões, com um aumento de 22% em relação ao ano anterior.
Outro ponto destacado pelos analistas da corretora foi o crescimento no número de contas depositárias, que aumentaram 5,6% na comparação anual, totalizando 6,054 milhões de contas, enquanto os investidores institucionais reduziram em 29% na mesma base. O giro de mercado caiu 3,18 pontos percentuais em relação ao ano anterior, mas cresceu 25,39 pontos percentuais em relação ao mês anterior, alcançando 144,1%.
A B3 também mostrou forte desempenho em criptoativos, com 242 mil contratos negociados diariamente, o que representa um crescimento de 84,9% em relação ao mês anterior. Esse volume já supera a negociação de derivados de commodities e está se aproximando dos contratos de taxa de juros em dólar.
O BTG Pactual também afirmou, em relatório enviado ao mercado, que o segmento de ações apresentou números ligeiramente superiores às projeções iniciais, enquanto veículos financiados e balcão também superaram as estimativas trimestrais. No entanto, o banco apontou que os derivativos listados tiveram um desempenho mais fraco após um terceiro trimestre forte.
A diversificação nos segmentos de derivativos, renda fixa e serviços de dados e análises, segundo o banco, tem ajudado a reduzir a volatilidade e criar uma base mais forte de receita. O BTG reiterou sua recomendação neutra para as ações da B3, com preço-alvo de R$ 13,50.
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Autor: murilomelo