Dólar cai e fecha abaixo de R$ 6,00 pela primeira vez desde o fim de novembro
O dólar fechou em baixa ante o real pela segunda sessão consecutiva nesta quarta-feira (11), com investidores digerindo um noticiário positivo para mercados emergentes no exterior e realizando ajustes diante dos patamares historicamente altos da moeda norte-americana.
No fim da tarde, foi anunciado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será submetido na quinta-feira a um procedimento endovascular como complementação da cirurgia de emergência que realizou nesta semana para drenar um hematoma no crânio, informou o Hospital Sírio-Libanês nesta quarta-feira.
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Pela manhã, o índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,3% no mês passado nos EUA, a maior alta desde abril, depois de avançar 0,2% por quatro meses consecutivos, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira. Nos 12 meses até novembro, o índice subiu 2,7%, de 2,6% em outubro.
Economistas consultados pela Reuters previam altas de 0,3% no mês e de 2,7% na base anual.
Qual é a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista encerrou o dia em queda de 1,47%, cotado a 5,959 reais. Esta foi a primeira vez que a moeda norte-americana fechou abaixo de 6,00 reais neste mês.
Na B3, às 17h04, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,40%, a 5,972 reais na venda.
No fim da manhã o Banco Central vendeu todos os 15.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de janeiro de 2025.
Dólar comercial
- Compra: R$ 6,015
- Venda: R$ 6,015
Dólar turismo
- Compra: R$ 6,103
- Venda: R$ 6,283
O que acontece com o dólar hoje?
Operadores estão quase certos de que o Fed cortará a taxa de juros em 25 pontos-base em 18 dezembro, mas um número acima do esperado para a alta dos preços pode levar as autoridades a anteciparem uma pausa no ciclo de afrouxamento, atualmente prevista para janeiro.
Os mercados globais também seguem de olho em qualquer anúncio do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, cujas promessas de campanha, incluindo tarifas, são consideradas inflacionárias por analistas, o que também pode manter os juros elevados no próximo ano.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,29%, a 106,660.
Na cena nacional, o foco do mercado é a última decisão de juros do Copom no ano, que será anunciada após o fechamento da sessão.
A aceleração do ritmo de aperto monetário pelos membros da autarquia, após a alta de 0,5 ponto percentual em novembro, está completamente precificada pelo mercado, com operadores se dividindo entre um aumento de 0,75 e 1 ponto percentual da Selic, atualmente em 11,25% ao ano.
As apostas estão colocando 69% de chance do movimento maior no momento. Na reunião anterior do Copom, em novembro, a taxa foi elevada em 0,50 ponto.
Agentes monetários vêm elevando as projeções sobre o ritmo de aperto devido aos sinais recentes de desancoragem das expectativas de inflação, além de dados que têm mostrado uma atividade econômica superaquecida no Brasil.
“É inevitável um aumento da nossa taxa. A questão é saber o quanto”, disse Avallone.
Na véspera, números do IBGE mostraram que o IPCA desacelerou na base mensal em novembro, mas o ganho anual superou o teto da meta de inflação — com centro de 3% e uma margem de tolerância de 1,5 percentual para cima ou para baixo — pelo segundo mês consecutivo.
Também segue no radar a tramitação das medidas de contenção de gastos do governo no Congresso, com o Executivo empenhado em aprová-las ainda neste ano.
Após anúncio de novo procedimento, médicos de Lula vão conceder uma entrevista coletiva na quinta-feira pela manhã para fornecer atualizações sobre o estado de saúde do presidente após a operação.
“Como parte da programação terapêutica, fará complementação de cirurgia com procedimento endovascular (embolização de artéria meníngea média) amanhã, pela manhã”, disse o Sírio-Libanês no boletim médico sobre Lula.
(Com Reuters)
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Autor: Felipe Moreira