O presidente da Argentina, Javier Milei, completou na terça-feira (10) um ano de governo com anúncios ambiciosos para 2025, incluindo uma reforma tributária que promete reduzir em 90% os impostos nacionais. Em discurso transmitido em rede nacional, Milei reforçou sua agenda de “reformas profundas” para alcançar um Estado mais enxuto e competitivo, mantendo-se fiel à política de choque que marcou seu primeiro ano de mandato.
A principal promessa do presidente é a reestruturação tributária, que, segundo ele, devolverá às províncias a autonomia fiscal perdida. A ideia é criar uma “competição fiscal” entre as divisões territoriais para atrair mais investimentos. “O objetivo é devolver o dinheiro ao setor privado e reduzir o peso do Estado”, destacou Milei.
O líder libertário, mesmo diante de um ano eleitoral em 2025, garantiu que não recorrerá a políticas fiscais ou monetárias expansivas, mantendo o compromisso com o ajuste fiscal. As mudanças tributárias integram uma agenda mais ampla que inclui reformas previdenciária, trabalhista e política, além de alterações nas leis de segurança nacional e penal.
Apesar de ter desacelerado a inflação e avançado em direção ao equilíbrio fiscal, o custo social das políticas de Milei foi elevado. A pobreza no país ultrapassou os 50%, e o PIB deve apresentar uma contração de até 3,2% em 2024, afetando setores-chave como indústria e comércio varejista.
Ainda assim, Milei mantém uma popularidade de 50%, sustentada pelo apoio às suas medidas de ajuste e pelos avanços na segurança pública. Ele comemorou a redução dos índices de homicídio e anunciou projetos como a reforma da Polícia Federal e uma lei antimáfia inspirada nos Estados Unidos.
Além das reformas econômicas, Milei anunciou um plano nuclear que prevê a construção de novos reatores e pesquisas de tecnologias avançadas, como reatores modulares. O objetivo é preparar o país para o aumento da demanda energética impulsionada pela inteligência artificial.
Na política externa, o presidente afirmou que promoverá um acordo bilateral de livre comércio com os Estados Unidos, sinalizando uma abertura econômica e comercial da Argentina ao cenário global.
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Autor: Paulo Barros
