PF faz ação contra extração ilegal de ouro em terras indígenas que movimentou R$ 4 bi
A Polícia Federal foi às ruas nesta quarta-feira (11) para cumprir mandados judiciais no âmbito de uma operação para combater grupo criminoso suspeito de transporte ilegal de ouro extraído de terras indígenas no Pará para envio a outros estados e ao exterior, em esquema que movimentou R$ 4 bilhões, informou a corporação.
O delegado Pedro Henrique Melo, responsável pela operação, disse que as investigações apontaram que o esquema ilegal recrutava estrangeiros, na maioria venezuelanos, que haviam acabado de chegar ao Brasil pela fronteira terrestre para depois fazerem o transporte do minério ilegal por meio de bagagens despachadas em voos comerciais de volta para Venezuela e Guiana.
“Durante um ano de investigações, constatou-se que, aproximadamente, uma tonelada de ouro foi transportada de maneira ilegal, além da movimentação de mais de R$ 4 bilhões entre os envolvidos, incluindo pessoas interpostas e firmas fantasmas”, afirmou o delegado, em vídeo divulgado pela PF.
“O ouro, realmente, a gente descobriu que era retirado de lavras irregulares situadas no oeste do Pará e era transportado para Boa Vista e Manaus com destino para o exterior, (via) de regra para Venezuela e Guiana”, detalhou.
A Justiça Federal autorizou a PF a cumprir nove mandados de prisão e outros 19 de busca e apreensão nos estados do Pará, Roraima, Amapá, São Paulo, Paraná e Goiás. Houve ainda a determinação do sequestro de mais de R$ 615 milhões em bens e valores.
O delegado disse que durante o cumprimento dos mandados foram apreendidos diversos carros de luxo, um grande número de armas, além de quantias em dinheiro, algumas joias e metais preciosos.
O governo federal lançou no mês passado uma grande operação envolvendo 20 órgãos para promover a desintrusão de garimpeiros da Terra Indígena Munduruku. Reportagem da Reuters acompanhou ações no início da operação, e constatou que o envolvimento dos indígenas na mineração ilegal dificultava a repressão ao garimpo na Amazônia.
A Terra Munduruku, uma reserva com 140 aldeias onde vivem cerca de 9 mil indígenas do tamanho da metade do estado do Rio de Janeiro ao longo do rio Tapajós, um dos principais afluentes do rio Amazonas, tornou-se um ponto crítico para o garimpo ilegal, atividade proibida por lei nesse tipo de território no Brasil.
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Autor: Gabriel