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Selic em 12,25%: Como ficam os investimentos em renda fixa, ações, FIIs e no exterior

Selic em 12,25%: Como ficam os investimentos em renda fixa, ações, FIIs e no exterior

No último encontro do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou por um aperto monetário mais rigoroso e elevou a Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano. Com isso, a rentabilidade dos títulos atrelados aos juros encosta no nível que o brasileiro mais busca: o famoso 1% ao mês

Foi o último ajuste do ano, mas não deve ser o último deste novo ciclo de alta. No comunicado da reunião desta quarta-feira (11), o comitê já sinalizou a possibilidade de dois aumentos de mesma magnitude em 2025. Especialistas indicam mudanças na carteira de investimentos para focar no melhor retorno possível diante deste cenário de juros crescentes

“Uma Selic de um dígito não está nas precificações para os próximos quatro anos; o mercado está olhando para um cenário de juros altos para tentar controlar a cauda da inflação o mais rapidamente possível e não espero uma queda dos juros em um ano, um ano e meio”, diz Victor Furtado, head de alocação da W1 Capital. 

Para a renda variável, isso significa menos atratividade no mercado de ações e fundos imobiliários, visto o ambiente macroeconômico desafiador. Por outro lado, a renda fixa vai pagar ainda mais nos pós-fixados e se mantém como principal destino do dinheiro dos brasileiros. Investimentos no exterior não devem ser descartados, com a perspectiva de dólar mais caro. 

Confira o que os especialistas recomendam em renda fixa, ações, fundos imobiliários e investimentos no exterior após mais uma alta da Selic:

Títulos públicos

Mesmo com opções de taxas de até 14,5% ao ano, ainda é preciso traçar estratégias antes de escolher indexadores e prazos no Tesouro Direto. Com juro real que chega aos 7,25% ao ano, o Tesouro IPCA+ é, hoje, o preferido dos analistas pela alta rentabilidade e proteção contra a inflação, como explica Camilla Dolle, head de renda fixa da XP. Eles ainda são recomendados para quem aposta na queda dos juros no médio prazo e quer lucrar com a saída antecipada desses papéis, segundo Sharon Halpern, sócia da Blackbird Investimentos.

Os pós-fixados, representados pelo Tesouro Selic, também são amplamente recomendados e, após a decisão do Copom hoje, passam a ter rendimento bruto de cerca de 0,97% ao mês. Já os prefixados, que rendem até 1,13% ao mês, exigem cautela: “a inflação está subindo e não sabemos se a Selic pode ter abertura maior do que a projetada atualmente’, diz Halpern, que indica os prazos mais curtos para quem quer ter esses papéis na carteira. 

Crédito privado

Seletividade é a palavra da vez para investir em debêntures, CRIs, CRAs e outros títulos de dívida emitidos por firmas não financeiras. Isto porque, a alta da Selic é uma faca de dois gumes para a classe: as taxas mais gordas também significam empréstimos mais caros para as companhias, o que pode deixá-las em apuros e fazer com que algumas não consigam honrar seus compromissos com os investidores. Ao mesmo tempo, a alta demanda vem permitindo que firmas mais consolidadas paguem prêmios considerados baixos

Camilla Dolle pondera que “por mais que o spread não esteja tão alto, ainda é um prêmio em relação aos títulos públicos, que já oferecem taxa muito alta”. Para Sophia Annicchino, gerente institucional da Bloxs, é possível ser “arrojado com cautela” e conseguir retornos melhores investindo em setores “óbvios”, como o de energia, mas focando nos títulos emitidos por firmas de médio porte. Ela recomenda que o investidor “se apegue aos fundamentos” das companhias, o que ajudará a encontrar boas oportunidades no cenário desafiador de 2025. 

Ações 

A decisão anunciada hoje pelo Copom atinge a Bolsa em duas frentes: nos balanços, desestimulando o consumo e encarecendo dívidas, e no fluxo de investimentos, que seguirá baixo. Mas esses impactos já estão precificados, segundo analistas. Daqui para frente, “o desenrolar da questão fiscal é o que vai mudar o jogo”, segundo Max Bohm, diretor de estratégia da Nomos. 

Ele diz que a casa adota “postura defensiva” em ações, com “aumento de exposição a ativos que se beneficiam da Selic elevada”, especialmente bancos e seguradoras. A Nomos também recomenda firmas com receita em dólar e setores com receita corrigida pela inflação

Sobre a decisão de investir ou não na Bolsa agora, Ricardo Martins, economista-chefe da Planner Investimentos, diz que “tudo depende do perfil do investidor”, mas lembra que “movimentos de baixa são oportunidades de boas compras e, para investidores que focam no longo prazo, é um bom momento para alocação”. 

Fundos imobiliários 

É esperada mais desvalorização no valor das cotas dos fundos, principalmente os de tijolos, que investem em imóveis físicos. Isso, entretanto, não quer dizer que os ativos não valem a pena. “Esta situação não tem relação com a rentabilidade destes fundos, que continua bastante atrativa”, diz Ricardo Raoul, diretor geral da Paladin no Brasil. Considerando os FIIs listados no IFIX, pelo menos 30 fundos registraram um retorno com dividendos em 12 meses acima dos 12,25% que a Selic atingiu agora

Laercio Boaventura, diretor de investimentos da Vectis, acredita que as quedas nos preços das cotas estão gerando oportunidades de investimento, principalmente para os investidores que buscam renda passiva. “É a chance de travar uma renda mensal alta, isenta de imposto, com risco diversificado e alta probabilidade de ganho de capital futuro com a apreciação das cotas, atualmente muito deprimidas”, afirma. 

Investimento no exterior

O argumento para investir no exterior se mantém o mesmo: diversificação em moeda forte. Com a perspectiva de queda dos juros nos Estados Unidos (ao contrário do observado no Brasil) no curto prazo, a Bolsa americana é uma das principais apostas do mercado monetário para 2025. 

“É uma alternativa para acessar outros produtos, em diferentes moedas, com diversificação geográfica para ampliar o portfólio”, diz Debora Cazzoti, head de business development da Global X ETFs.  

Além do mercado de ações e bonds dos EUA, o panorama de dólar mais forte que se desenha para os próximos meses também é um gatilho para investimentos no exterior, segundo os especialistas. Rodrigo Sgavioli, head de alocação da XP, afirma que não é o caso de comprar dólar, a moeda, mas ter diferentes ativos com exposição internacional já ajuda a canalizar esse retorno. 

Fundos de investimento 

“Os fundos que devem captar mais após esse aumento são os de renda fixa”, diz Furtado, da W1. Ele acredita que os títulos pós-fixados e de inflação devem trazer bons retornos e garantir a atratividade dessa classe de ativos. 

Porém, o head afirma que a dinâmica de fundos é diferente, com a figura do gestor que garante uma seletividade maior para balancear o risco-retorno dos ativos. Desta forma, fundos de ações e multimercado, que tem ativos de renda variável que estão depreciados, podem chamar a atenção pela diversificação e caráter mais estratégico dos investimentos

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Autor: Monique Lima

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