Ação que mais sobe em 2024: veja quanto você teria lucrado se tivesse investido na Embraer (EMBR3) há 30 anos
As ações da Embraer (EMBR3) registraram fortes avanços após o balanço monetário divulgado no último mês. A firma registrou lucro líquido bilionário no terceiro trimestre de 2024, com casas estimando que o papel pode subir até 25% nos próximos 12 meses. A ação da companhia é a que mais sobe no Ibovespa neste ano. Surge a dúvida: quanto um investidor teria hoje se tivesse aplicado dinheiro no início das negociações em bolsa da companhia aeroespacial?
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Um levantamento da Economatica realizado a pedido do E-Investidor ajuda a entender a variação das ações da Embraer ao longo dessas três décadas. Os papéis da fabricante brasileira de aeronaves começaram a ser negociados da bolsa de valores brasileira em agosto de 1993. No entanto, para encontrar um melhor padrão para esse cálculo, foi considerada a valorização a partir de 1994, ano da implementação do Plano Real.
Os dados revelam que um investimento inicial de R$ 1000 na EMBR3 renderia aproximadamente 293% nos últimos trinta anos – considerando até o dia 1º de dezembro deste ano. Vale ressaltar que esse rendimento está atrelado à uma conta feita a partir da moeda americana.
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Em 1994, o dólar valia R$ 0,03 ou seja, a aplicação inicial de R$ 1.000 era equivalente ao mesmo valor em dólares. Ao longo dos anos, esse montante se transformou em US$ 2.926,00. Considerando a moeda americana a R$ 6,05 no início de dezembro deste ano, o patrimônio final na conta desse investidor seria de R$ 17.702,30 com apenas uma aplicação nas ações da Embraer.
Para o diretor da Comdinheiro-Nelogica, Filipe Ferreira, a Embraer se tornou uma referência em tecnologia no Brasil, sendo pioneira no modelo de plataformas dentro da indústria. Isso se mostrou especialmente expressivo nos últimos anos, no pré-pandemia, com a Família E-190 começando a “beliscar” o mercado de jatos comerciais para voos comerciais.
“A firma apanhou na época da pandemia com o projeto de fusão com a Boeing, depois descontinuado. Com a Airbus, que tinha feito o investimento na Bombardier e ocupou demasiadamente a sua capacidade em aviões comerciais, de menor porte, foi feita uma estratégia justamente para bloquear o crescimento da Embraer. Mas o que aconteceu é que, na verdade, a Embraer surfou a avenida do travamento do capacity de Airbus”, comenta Ferreira.
O especialista também destaca o número crescente de reservas de jatos, mantendo o fluxo alto em jatos executivos e agora acrescentando mobilidade urbana com a Eve Air Mobility – subsidiária de mobilidade aérea urbana. “A forma como a Embraer conseguiu manter sua hegemonia nos jatos executivos, somada a uma entrada no mercado de jatos comerciais, num momento de restrição no mercado inteiro, ficou muito interessante. E aí a companhia apresentou um crescimento realmente incrível, especialmente nos últimos 24 meses”, explica.
Ainda que a Embraer seja uma das ações que mais avançam no ano, Jayme Carvalho, planejador monetário e economista-chefe da SuperRico, lembra que essa valorização ao longo do tempo se dá pela dissipação dos riscos que as variações de um papel oferecem no curto prazo, prevalecendo o fundamento da firma. Ou seja, investir em ações se caracteriza um bom investimento de longo prazo porque a firma segue gerando lucro ainda que a ação recue por um tempo. “Então, no médio e longo prazo, o retorno da firma prevalece e o preço volta”, comenta.
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Vale ressaltar que os papéis da Embraer acumulam alta de 146,99% em 2024. O otimismo em relação à firma se deve também ao acordo casado de compra de aviões entre a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Suécia. Os negócios da companhia se intensificaram nos últimos meses, realizando acordos de venda com outros países como República Tcheca, África do Sul, Holanda e Paraguai.
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Autor: Camila Lutfi