O Ibovespa hoje teve um segundo dia de queda significativa. O índice da B3 abriu pregão desta sexta-feira (13) aos 126.102,26 pontos e terminou a sessão em baixa de 1,13%, aos 124.612,22 pontos, oscilando entre máxima a 126.290,33 pontos e mínima a 124.578,23 pontos, com volume negociado de R$ 22,8 bilhões.
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Esse foi o menor nível de encerramento no mês. Também foi o patamar mais baixo registrado desde 28 de novembro deste ano, então aos 124.610,41 pontos.
Com o desempenho negativo, o Ibovespa estendeu as perdas observadas na quinta-feira (12), quando caiu 2,74% e sofreu a sua maior baixa diária desde 2 de janeiro de 2023. Na ocasião, o mercado repercutiu a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Selic em 1 ponto percentual para o patamar de 12,25% ao ano. “A decisão do Banco Central deveria ter sinalizado um esforço para controlar as expectativas, mas vejo que o mercado reagiu como se isso não fosse suficiente. A persistência da alta do dólar e dos juros futuros levanta dúvidas sobre o impacto dessas medidas diante do risco crescente de dominância fiscal”, afirma Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.
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Nesta quinta-feira, o temor com as contas públicas voltou a pesar sobre o mercado. O comentário do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de que aprovação do pacote fiscal pode vir antes do recesso parlamentar não animou os investidores. “O otimismo de Pacheco foi recebido com reservas, dado o histórico de dificuldades políticas e o prazo apertado”, destaca Iarussi.
Outro fator que pressionou o índice da B3 hoje foi a queda da sua ação principal, a Vale (VALE3), que recuou 1,50%. “O mercado também monitorou a questão da saúde do presidente Lula, visto que é um ponto importante para a política tanto no curto prazo quanto no longo prazo em relação às eleições. Os investidores devem estar aguardando ainda a próxima reunião do Federal Reserve (Fed), que vai acontecer na quarta-feira (18)”, complementa Rubens Cittadin, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Ao final da tarde, o humor da Bolsa brasileira piorou com o recuo mais expressivo das ações de grandes bancos. Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11) e Banco do Brasil (BBAS3) registraram perdas de 1,29%, 1,31%, 1,66% e 1,37%, respectivamente, no pregão. Outros papéis de peso que sofreram foram os da Petrobras (PETR3;PETR4): os ordinários (PETR3) tiveram baixa de 0,48%, enquanto os preferenciais (PETR4) caíram 0,63%, destoando da alta dos preços do petróleo no exterior.
Em Nova York, S&P 500 ficou estável e Dow Jones cedeu 0,2%. Já o Nasdaq subiu 0,12%. Entre as ações de destaque, a Nvidia (NVDA) recuou 2,25%. Outros nomes do setor de tecnologia também pesaram. A IBM (IBM) caiu 0,64% e a Microsoft (MSFT) perdeu 0,65%.
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No mercado doméstico de câmbio, o dólar hoje fechou em alta de 0,40% a R$ 6,0313. O Banco Central (BC) realizou à tarde um leilão de dólares à vista. Por volta das 15h, o BC informou que foram absorvidos pelo mercado US$ 845 milhões. Nove propostas foram aceitas na oferta, cujo lote mínimo foi de US$ 1 milhão. A taxa de corte foi de R$ 6,0200.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram GPA (PCAR3), Minerva (BEEF3) e JBS (JBSS3).
GPA (PCAR3): 4,87%, R$ 2,37
As ações do GPA (PCAR3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, finalizando a sessão em valorização de 4,87% a R$ 2,37. Os papéis da rede de supermercados corrigiram parte das perdas observadas na véspera, quando tombaram 11,02%. O mercado também monitorou rumores de que o empresário Nelson Tanure, que deve assumir o controle da rede Dia, teria interesse em uma fusão com o GPA
A PCAR3 está em baixa de 10,23% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 41,63%.
Minerva (BEEF3): 1,6%, R$ 5,73
Outro destaque positivo foi a Minerva (BEEF3), que avançou 1,6% a R$ 5,73. As ações da firma operaram em movimento de correção, depois de desabarem 9,62% na quinta-feira (12).
A BEEF3 está em baixa de 2,05% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 23,29%.
JBS (JBSS3): 1,13%, R$ 38,44
Quem também se saiu bem foi a JBS (JBSS3), que registrou alta de 1,13%, terminando a sessão cotada a R$ 38,44. Ao Broadcast, Charo Alves, especialista em renda variável da Valor Investimentos, destaca que as ações da firma se destacam como uma opção para o investidor interessado em dolarizar a carteira por meio de uma exposição no setor de proteína.
A JBSS3 está em alta de 3% no mês. No ano, acumula uma valorização de 67,57%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Braskem (BRKM5), Assaí (ASAI3) e Vamos (VAMO3).
Braskem (BRKM5): -11,03%, R$ 12,82
As ações da Braskem (BRKM5) tombaram 11,03% a R$ 12,82, registrando a maior queda do Ibovespa hoje. O movimento ocorreu após o Santander rebaixar a recomendação dos papéis da petroquímica de outperform (equivalente à compra) para neutro e cortar o preço-alvo de R$ 27 para R$ 18 – veja mais detalhes nesta matéria.
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A BRKM5 está em baixa de 14,53% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 41,35%.
Assaí (ASAI3): -5,12%, R$ 5,75
Outro destaque negativo foi o Assaí (ASAI3), que recuou 5,12% a R$ 5,75. As ações da firma, mais sensíveis aos ciclos econômicos, sofrem com a alta dos juros, que encarece o crédito e reduz o consumo. “O cenário de incerteza fiscal também impacta negativamente a companhia, que tem um desempenho dependente da recuperação econômica”, pontua Iarussi, da The Hill Capital.
A ASAI3 está em baixa de 12,88% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 57,5%.
Vamos (VAMO3): -5,08%, R$ 5,6
Completando a lista de maiores baixas do Ibovespa hoje, estiveram as ações da Vamos (VAMO3), que cederam 5,08% a R$ 5,6. A Automob (AMOB3) vai abrir capital na B3 na próxima segunda-feira (16). A nova companhia é fruto da cisão do braço de concessionárias da Vamos.
A VAMO3 está em alta de 0,72% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 42,09%.
*Com Estadão Conteúdo
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Autor: Beatriz Rocha
