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Mercado financeiro piora projeções para o dólar em 2025; veja as cotações

O salto do dólar em 2024 surpreendeu o mercado monetário. A moeda já acumula valorização de 24% sobre o real, patamar sustentado principalmente pelas desconfianças dos investidores em relação à condução das contas públicas.

Durante todo o ano, o câmbio reagiu de forma bastante abrupta aos ruídos relacionados ao cenário fiscal. Desagradou, por exemplo, o anúncio da proposta de isenção de imposto de renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil junto com as medidas do pacote de corte de gastos. A divulgação foi feita oficialmente em 28 de novembro e, no dia seguinte, o dólar chegou a atingir a cotação histórica de R$ 6,11.

Vem mexendo também com o câmbio a postura inesperada do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na última quarta-feira (11). O colegiado surpreendeu ao subir a taxa básica de juros em 1 ponto percentual e sinalizar outros dois aumentos de mesma magnitude até março – superando as projeções feitas até então pelos analistas.

Novamente, na sessão seguinte, a divisa reagiu fortemente: chegou a cair mais de 1% nas primeiras horas de negociação, mas logo depois inverteu o sinal e terminou o dia em alta de 0,69%, cotada a R$ 6. A mudança de rota foi motivada pela saída de investidores estrangeiros e perspectivas de perdas maiores na Bolsa devido ao juro mais alto do que o esperado no curto prazo. E tudo isso desatinou uma série de revisões nas projeções para o dólar em 2025

Estimativas para o dólar vão de R$ 5,60 a R$ 7

Uma das instituições que ajustaram as perspectivas para o dólar foi o banco BMG. De acordo com Flávio Serrano, economista-chefe da casa, agora a previsão é de que a moeda termine o ano que vem a R$ 5,60. Antes, a expectativa era de uma queda maior, para R$ 5,40.

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Essa diferença nas projeções ocorre em função da dinâmica do câmbio, que deverá se manter “extremamente volátil” no 1º semestre de 2025, oscilando próximo a R$ 6. Depois, Serrano enxerga uma recuperação – com o juro do Brasil maior do que no resto do mundo, o país deve começar a atrair investimentos estrangeiros. Com mais dólares circulando, a tendência é que o preço da moeda caia.

Os principais riscos a esse cenário são a piora fiscal e a deterioração da conjuntura externa. “Risco de desaceleração mais intensa da economia chinesa e a introdução de políticas protecionistas por parte do governo americano a partir de 2025”, lista Serrano.


O Itaú também subiu, no fim de novembro, as estimativas para o dólar em 2025 de R$ 5,20 para R$ 5,70. Os fundamentos para a cotação ocorrem na esteira de três fatores. O primeiro é um cenário global de dólar mais forte, considerando as incertezas relacionadas às políticas protecionistas de Donald Trump. O vencedor da corrida presidencial americana deve implementar medidas protecionistas, que tendem à inflar o preço da moeda. Já o segundo fator é o aumento do risco fiscal no Brasil devido às preocupações com os gastos públicos em expansão. A deterioração das contas externas fecham o cenário de dificuldades para o real no ano que vem.

“O pacote de gastos anunciado pode ser insuficiente para garantir o cumprimento do arcabouço fiscal até 2026”, diz o Itaú, que também viu piora nas expectativas para a inflação e estima a taxa de juros Selic chegando a 15% no ano que vem, maior patamar desde 2006. O Santander tem uma estimativa próxima, com dólar a R$ 5,80 até o fim de 2025.

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Já Matheus Pizzani, economista da CM Capital, calcula o dólar fechando o ano a R$ 6. “Destaque para a manutenção da incerteza do mercado acerca da situação fiscal do País e suas implicações para a trajetória da dívida pública. Além disso, há o possível impacto negativo oriundo da implementação da agenda econômica de Donald Trump nos Estados Unidos”, afirma.

O BTG, por sua vez, vê agora o dólar a R$ 6,25 no ano que vem, ante os R$ 5,80 estimados anteriormente. Contudo, há riscos potenciais que poderiam fazer a moeda ultrapassar essa marca e bater novo recorde nominal.

“Ações do governo que contornem o Orçamento, intensifiquem mecanismos fiscais, minem a credibilidade da política monetária ou envolvam intervenções no mercado cambial teriam potencial de levar o câmbio a ultrapassar a barreira de R$ 7 no próximo ano”, diz o BTG.

É justamente o patamar de R$ 7 o esperado pela Wells Fargo. A cotação pode ser atingida ainda no primeiro trimestre de 2026, em um cenário global de fortalecimento da moeda americana e de perda de confiança na credibilidade fiscal do Brasil. As informações são do Broadcast.

“2024 parte 2”

De acordo com as casas consultadas pelo E-Investidor, 2025 pode ser um “repeteco” do comportamento observado em 2024 no câmbio. Isto é, terá alta volatilidade e sensibilidade, principalmente, às questões fiscais. Um problema que não possui solução fácil.

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“Acredito que uma queda consistente do dólar no Brasil só será possível com uma reforma estrutural para corte de gastos, o que, no momento, não parece estar no horizonte”, afirma Marcos Weigt, head de tesouraria do Travelex Bank.

Nesta sexta (13), o dólar encerrou em alta de 0,40% a R$ 6,0313.

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Autor: Jenne Andrade

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