Renda em dólar continua atrativa com Selic a 12,25%; veja onde investir no exterior
O argumento para investir no exterior é o mesmo com a Selic em 12,25% ou em 2,5%: diversificação – geográfica, monetária e econômica. A renda passiva com os juros tão altos é extremamente atrativa para os investidores brasileiros, mas não inviabiliza que uma parcela do portfólio esteja alocada em outras teses de investimento, segundo os especialistas.
“Movimentar uma parcela muito relevante da carteira em uma mesma direção é sempre um risco”, diz Paula Zogbi, gerente de research da Nomad. “Riscos no mercado não estão limitados apenas à possibilidade de os investimentos caírem, mas também em estar de fora de ativos que podem ter valorização expressiva e melhorar o retorno.”
Uma das principais apostas de “valorização expressiva” dos analistas e gestores para 2025 é a Bolsa americana. Inteligência artificial continua sendo uma tese relevante para as grandes firmas de tecnologia, mas não só. O mercado começa a olhar para áreas secundárias que devem se desenvolver para o crescimento desta tecnologia, como data centers e energia nuclear.
A vitória de Donald Trump também está sendo vista como um impulsionador para setores cíclicos e industriais norte-americanos. “A economia americana está forte e a vitória de Trump abre mais oportunidades para a economia local. Tem vários setores que foram negligenciados nos últimos dois anos e devem andar com o novo presidente”, diz Ruy Alves, gestor da Kinea.
Em 2024, as ações globais acumularam alta de 19,3% no ano até novembro, lideradas pelo desempenho do S&P 500, principal índice de ações dos EUA, que registrou 26,5% de alta. Para efeito comparativo, o CDI, que é a referência brasileira de renda passiva com juros, registrou um ganho de 9,86% no mesmo período.
O desempenho passado não é garantia de retorno futuro, mas os especialistas acreditam que os ativos americanos e o dólar são os investimentos com mais potenciais gatilhos para valorização no próximo ano.
Fator dólar
“A valorização dos ativos globais considera o ganho de valor do próprio ativo somado ao do dólar, o que ajuda a proteger o investidor da inflação, da desvalorização cambial e de eventos de volatilidade domésticos e globais”, diz Zogbi.
Segundo a gerente, mesmo que o dólar passe por desvalorização frente o real no curto prazo, a tendência no longo prazo tende a ser mais favorável à moeda estrangeira. De janeiro a novembro, um investidor brasileiro exposto ao S&P 500, com posição direta em dólar, pode chegar a um retorno de até 48% nessa aplicação (considerando as duas performances).
Claro que a moeda estrangeira também pode ser um detrator em caso de valorização do real. “Contudo, alguns produtos possuem performance tão atrativas que mesmo com a variação cambial entregam um resultado bastante positivo”, diz Débora Cazzotti, head de business development da GlobalX ETFs.
A recomendação dos especialistas é que, quando o investimento é feito em dólar, o seu retorno e acompanhamento devem ser feitos em dólar, não com cálculos de conversão para o real a cada conferida. Outra opção é dar preferência para fundos e produtos com hedge (proteção), que minimizem o efeito da moeda no portfólio e canalizem o retorno dos ativos.
Oportunidades no exterior
A agenda de desregulamentação, corte de impostos, reindustrialização e foco em commodities de Donald Trump deve impulsionar diversos setores domésticos dos Estados Unidos, segundo analistas. Em relatório, a XP destaca os setores monetário, de saúde, produção industrial e de óleo e gás como possíveis ganhadores com o republicano no poder.
Entre as recomendações da XP estão bancos, como Citi (C) e JPMorgan (JPM), consumo, como Estee Lauder (EL) e Nike (NKE) e energia, com SLB (SLB).
As firmas de tecnologia não deixaram de estar no radar de fundos e analistas. A ponderação que os especialistas fazem é sobre o “preço esticado” depois do rali registrado neste ano (tecnologia subiu 22%).
Algumas casas diminuíram suas apostas por esperar alguma correção no curto prazo. Ainda assim, Microsoft (MSFT), Apple (AAPL) e Amazon (AMZO) são as principais escolhas do setor.
Ações de dividendos também estão entre as recomendações internacionais, com destaques para as firmas de óleo e gás, que já estão entre as maiores pagadoras de proventos do mundo. Para 2025, entretanto, também existe a expectativa de ganho de capital com a valorização em Bolsa, segundo a Morningstar.
As principais recomendações são Exxon Mobil (XOM), Chevron (CVX) e ConocoPhillips (COP). Outros nomes são Johnson & Johnson (JNJ) e Pepsico (PEP).
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Autor: Monique Lima