Risco fiscal e choque de juros derrubam Ibovespa na semana; Marfrig (MRFG3) derrete 14,6%
O Ibovespa caiu 1,06% na semana, passando de 125.945,67 pontos para 124.612,22 pontos. No período, o mercado doméstico foi marcado pela decisão de política monetária do Banco Central, que surpreendeu o mercado. O Comitê de Política Monetária (Copom) da autoridade monetária elevou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, e ainda sinalizou outras duas altas de mesma magnitude até março. Se concretizadas essas novas elevações, a “Selic” chegará 14,25% – maior nível desde 2016. A postura “hawkish”, de menor tolerância com a inflação, levou a uma onda de revisões para o juro terminal em 2025. Algumas casas, como a XP, já projetam uma taxa de 15% ao ano no final do ciclo de aperto monetário, o que seria o maior patamar desde 2006.
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A decisão do Copom também pressionou o Ibov, com os investidores precificando os impactos dos juros mais altos nas firmas da Bolsa. Paralelamente, instituições financeiras já começam a aumentar, também, as cotações para o dólar até o final de 2025. Isto porque as incertezas fiscais seguem tornando o caminho nebuloso à frente. Para as próximas semanas, os analistas continuarão de olho em dados econômicos que possam indicar a direção da política monetária.
“A continuidade do dinamismo econômico observado nas últimas divulgações será crucial para determinar o rumo da política monetária e a performance do real frente a outras moedas”, diz Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.
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Em Nova York, S&P 500 e Dow Jones caíram 0,64% e 1,82%, respectivamente, enquanto Nasdaq subiu 0,34%. O dólar e o euro caíram -0,65% e -1,22% frente ao real na semana, atingindo os R$ 6,03 e R$ 6,33, respectivamente.
Maiores altas do Ibovespa na semana
As três ações que mais valorizaram na semana foram Totvs (TOTS3), Hapvida (HAPV3) e Vamos (VAMO3).
- Totvs (TOTS3): 6,65%, R$ 29,17
A Totvs foi a maior alta da semana, com uma valorização de 6,65%, aos R$ 29,17. No período, o principal gatilho para a performance positiva foi a mudança de recomendação para os papéis, de neutra para compra, feita pelo UBS após melhora nas margens de lucro da firma.
A TOTS3 está em alta de 6,97% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -12,19%.
- Hapvida (HAPV3): 5,67%, R$ 2,61
As ações da Hapvida subiram 5,67% na semana, aos R$ 2,61, com os investidores reagindo positivamente às estimativas de reajuste dos planos de saúde.
A HAPV3 está em baixa de -3,33% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -41,35%.
- Vamos (VAMO3): 5,66%, R$ 5,60
O alívio temporário dos DIs antes da reunião do Copom e as expectativas com o início das negociações da Automob Participações (AMOB3), fruto da cisão do braço de concessionárias da Vamos, jogou os papéis da firma para cima na semana. As ações da Automob devem ficar disponíveis na Bolsa a partir da próxima segunda-feira (16).
A VAMO3 está em alta de 0,72% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -42,09%.
Maiores baixas do Ibovespa na semana
As três ações que mais desvalorizaram na semana foram Marfrig (MRFG3), Braskem (BRKM5) e Grupo Natura (NTCO3).
- Marfrig (MRFG3): -14,62%, R$ 16,64
Os papéis da Marfrig terminaram o período em queda de 14,62%, aos R$ 16,64.
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A MRFG3 está em baixa de -11,35% no mês. No ano, acumula uma valorização de 71,55%.
- Braskem (BRKM5): -11,22%, R$ 12,82
O rebaixamento da recomendação feita pelo Santander, de compra para neutro, abalou as ações da Braskem. Os papéis caíram 11,22% na semana, para R$ 12,82.
A BRKM5 está em baixa de -14,53% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -41,35%.
- Grupo Natura (NTCO3): -10,06%, R$ 12,78
Sensíveis aos ciclos econômicos, os papéis da Natura cederam 10,06%, aos R$ 12,78.
A NTCO3 está em baixa de -7,93% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -21,21%.
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*Com Estadão Conteúdo
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Autor: Jenne Andrade
