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Tesouro Direto dispara e chega a altas históricas: como ganhar mais dinheiro com as taxas?

Em meio à preocupação com a situação fiscal do Brasil, os títulos do Tesouro Direto disparam em rendimentos poucas vezes vistos, como o Tesouro prefixado com vencimento em 2027, que hoje paga mais de 14% ao ano, ou até mesmo o IPCA+ 2029, com rendimento acima de 7% além da variação de preços. Nesse cenário, o investidor pode se questionar se vale a pena resgatar os títulos que já possui para reinvestir em papéis com juros mais altos.

Na maior parte das vezes, essa não é uma opção interessante. Isso porque essa é uma conta bastante complexa, já que os títulos estão sujeitos à chamada marcação a mercado, um dos principais riscos de resgatar o Tesouro Direto para reinvestir. É o que explicou a planejadora financeira do C6 Bank, Larissa Frias, em entrevista a essa matéria do Bora Investir.

Essa marcação ajusta diariamente o valor do ativo de acordo com as variações nas taxas de juros e nas condições de mercado. Quanto maior a taxa do Tesouro Direto, menor o valor que será calculado para o título, e vice-versa. Ou seja, na hora da venda fora do vencimento original, o investidor terá que bancar um deságio que pode “comer” toda a eventual rentabilidade do título que será adquirido com aquele recurso.

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Para fins de exemplificação, pense em um investidor que adquiriu um título público que vale R$ 10.000 a uma taxa prefixada de 10% ao ano e vencimento em 10 anos. Se essa taxa sobe para 15%, o valor de face do título sofrerá um desconto automático na hora que o investidor tentar vender seu título que paga uma taxa de 10%. Afinal, o mercado tem à disposição um papel que está pagando bem mais.

O mesmo raciocínio vale para o movimento inverso. Se a taxa de juros cair a 5%, o valor de face do papel do investidor, que paga uma taxa de 10%, automaticamente subirá.

Além disso, esse mecanismo elimina a vantagem do investidor, inclusive porque ele pagará imposto sobre o rendimento do Tesouro Direto ao vender. Por outro lado, se mantiver o título prefixado ou atrelado à inflação até o vencimento, terá o retorno acordado quando adquiriu o papel, sem ter que arcar com nenhum prejuízo. “Na maioria dos casos, não compensa, porque o prejuízo que a gente tem ao vender é muito grande”, apontou Frias.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, reforçou também ao Bora Investir que é importante consultar o corretor, para calcular exatamente o quanto perderia ou ganharia na venda.

Quando é vantajoso resgatar Tesouro Direto para reinvestir?

Em momentos em que as taxas estão bastante esticadas, a tendência é de um deságio muito grande, dependendo de quando você comprou o título público. Por isso, os especialistas indicam conversar com seu corretor ou planejador de investimentos para entender se seria vantajoso ou não reinvestir o Tesouro Direto.

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Se você deseja resgatar Tesouro Direto antes do vencimento para outros fins, os profissionais comentam que depende do seu momento de vida. Caso o valor alcançado já seja o necessário para alcançar seu objetivo, como uma viagem ou a compra de um bem, por exemplo, resgatar o montante pode não ser prejudicial.

Frias, planejadora do C6, lembra que o investidor também deve ter em mente que o Brasil passa por ciclos econômicos todo o tempo e que a diversificação da carteira de investimentos é um fator essencial para “blindar” o patrimônio das oscilações.

“Uma recomendação que qualquer profissional do ramo faz é a diversificação. O investidor está vendo as taxas de juros muito altas agora, e sem dúvida vale entrar no patamar atual. Mas com bastante parcimônia, avaliando bem o risco de cada investimento, porque lá na frente podemos encontrar outro patamar que fará com que consideremos esse de hoje baixo”, disse Frias.

Para ela, o ideal com os títulos do Tesouro Direto e com outras aplicações é não se expor excessivamente a nenhum tipo de risco, seja por prazo, seja por tipo de rentabilidade.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Camila Lutfi

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