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Enquanto o Brasil sobe, BCE sinaliza mais cortes de juros se inflação continuar a diminuir

Presidente do BCE, Christine Lagarde. Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters

O Banco Central Europeu reduzirá ainda mais as taxas de juros se a inflação continuar a se aproximar de sua meta de 2%, já que não é mais necessário restringir o crescimento econômico, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, na segunda-feira (16).

O BCE já cortou as taxas de juros quatro vezes este ano e os investidores estão apostando em um afrouxamento ainda maior da em 2025, já que os temores com a inflação desapareceram em grande parte e o crescimento econômico anêmico é agora uma preocupação maior.

“Se os dados que estão chegando continuarem a confirmar nosso cenário básico, a direção da viagem é clara e esperamos reduzir ainda mais as taxas de juros”, disse Lagarde em um discurso em Vilnius.

Ela acrescentou que a manutenção dos juros em um nível “suficientemente restritivo” não se justifica mais devido ao crescimento fraco e à moderação das pressões dos preços, o que sugere que o próximo objetivo é o chamado nível neutro, que não restringe nem estimula a economia.

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Embora o nível neutro seja um conceito vagamente definido, Lagarde disse no passado que as pesquisas do BCE o colocam entre 1,75% e 2,5%, indicando que vários outros cortes na taxa de depósito de 3% podem ocorrer antes que o debate sobre o nível neutro aqueça.

Investidores monetários esperam que o BCE reduza as os juros em cada uma de suas próximas quatro reuniões e veem mais de 50% de chance de outro movimento antes do final do ano, o que poderia levar a taxa básica do BCE para a parte inferior dessa faixa neutra.

Um dos principais motivos pelos quais a política monetária pode ser afrouxada tão rapidamente é que os últimos resquícios de inflação alta estão desaparecendo, já que a pressão dos custos de serviços, o maior item da cesta de preços ao consumidor, está sob controle.

“O ímpeto da inflação de serviços também caiu de forma acentuada recentemente”, disse Lagarde. “Esses dados sugerem que há espaço para um ajuste para baixo na inflação de serviços e, portanto, na inflação doméstica, nos próximos meses.”

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O crescimento dos salários, outra preocupação importante no passado, também está mostrando uma perspectiva mais benigna, com o rastreador de salários do BCE apontando para um crescimento de 3% no próximo ano, um nível que finalmente é consistente com a meta do BCE.

Há até mesmo alguns riscos de queda para a inflação, argumentou Lagarde, já que os riscos geopolíticos afetam as perspectivas e novos choques podem prejudicar o crescimento já fraco.

“Se os Estados Unidos – nosso maior mercado de exportação – derem uma guinada protecionista, é provável que o crescimento da zona do euro seja afetado”, disse Lagarde.

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Autor: Reuters

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