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No bilionário mercado do transporte de carnes e frutas, a Emergent Cold está com dinheiro para investir

Centro de distribuição da Emergent Cold em Guarulhos (SP) (Divulgação)

O Brasil exporta mais de 8,5 milhões de toneladas de proteína animal e 1 milhão de toneladas de frutas por ano. Para tudo isso dar certo, é preciso garantir o transporte de toda essa carga sem deixar nada estragar. É isso que faz do setor de logística refrigerada para o transporte de alimentos uma atividade estratégica na indústria de alimentos, onde atuam grandes grupos como JBS, BRF, Minerva e Danone. É um negócio que fica nos bastidores, mas que movimenta alguns bilhões de dólares.

Hoje, mais de 70% dessa atividade é feita internamente e outros 30% com firmas terceirizadas. E é nesse espaço que entram firmas como Emergent Cold, SuperFrio e Comfrio, os três principais grupos do segmento no país – todos controlados por fundos de private equity, como Aqua Capital e Patria.

A premissa desses investidores é que, cedo ou tarde, as grandes indústrias vão acabar contratando os serviços de terceiros para concentrar energia — e recursos — na sua atividade principal. É uma estratégia chamada asset light: menos ativos próprios e mais prestadores de serviços.

“As firmas do Brasil vão terceirizar [a logística refrigerada]. Quando a indústria encontrar um parceiro que ela possa confiar, ela começa a dar mais espaço. É uma questão de achar o parceiro adequado para fazer essa transição”, explica Evandro Calanca, diretor-geral da Emergent Cold para o Cone Sul. 

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A Emergent Cold foi criada em agosto de 2021, numa aposta de US$ 1,2 bilhão dos fundos Stonepeak e D1 Capital e da americana Lineage, uma das maiores firmas do setor no mundo e que abriu na Nasdaq neste ano, nos mercados emergentes – como o nome já sugere – com foco na América Latina. 

“Somos praticamente uma startup de uma multinacional no Brasil”, diz Calanca. “Nosso objetivo é desenvolver uma relação de longo prazo, e quando as indústrias veem um player como nós investindo e uma estratégia clara, você vê que os 70% [do que a indústria faz por conta própria] vão começar a caminhar na nossa direção”.

E realizar o serviço não é um atividade simples, cada tipo de alimento exige um nível de temperatura, pois um descompasso pode inviabilizar uma carga milionária. O transporte refrigerado trabalha com níveis de -18ºC para carnes até 10ºC para frutas ou até 5ºC para lácteos — e tudo isso com estabilidade.

Evandro Calanca, diretor-geral da Emergent Cold para o Cone Sul
Evandro Calanca, diretor-geral da Emergent Cold para o Cone Sul (Divulgação)

Desde o início das atividades, a Emergent Cold fez 19 aquisições na América Latina e hoje conta com mais de 3 mil funcionários. O Brasil representa cerca de 30% dos investimentos já feitos na região pela firma (US$ 245 milhões), que opera em seis Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco.

Hoje, a capacidade instalada da Emergent Cold, que estima ter entre 12% e 15% de participação de mercado, é de estocar mais de 210 mil toneladas. E tem dinheiro para mais. Do aporte inicial, a firma ainda tem pouco mais de US$ 200 milhões (R$ 1,2 bilhão) para investir nos próximos três anos, sendo boa parte disso no Brasil.

Potencial ainda maior

O mercado de logística da cadeia fria do Brasil é hoje estimado em US$ 2,67 bilhões, de acordo com estudo da consultoria Mordor Intelligence. E a tendência para os próximos anos é de um crescimento médio de 10%, o que pode levar esse volume a US$ 4,31 bilhões (R$ 26 bilhões no câmbio de hoje) em 2029.

O país, que é um dos maiores exportadores de frutas e carnes do mundo, produtos que dependem de armazenamento em temperaturas controladas, está entre os 20 principais mercados do globo para a atividade.

Para fazer frente ao crescimento do mercado brasileiro, o plano da Emergent Cold é construir projetos em mais três Estados no ano que vem: Minas Gerais, Bahia e Ceará. E, para 2026, preparar sua chegada nos mercados do Centro-Oeste e Norte. Nas áreas em que já opera, a Emergent Cold concluiu a ampliação de seu centro de armazenagem em Guarulhos (SP), um investimento total de R$ 400 milhões. 

Centro de distribuição da Emergent Cold em Guarulhos (SP)
Centro de distribuição da Emergent Cold em Guarulhos (SP) (Divulgação)

Para São Paulo, aliás, o plano é ter mais dois centros de distribuição nos próximos anos, com foco na região metropolitana, a partir de São Bernardo do Campo, e outro mais para o interior, no eixo das rodovias Anhanguera e Raposo Tavares. Outra unidade, em Duque de Caxias (RJ), também está em estudo.

Fora do Brasil, a Emergent Cold atua em outros 10 países: Chile, Equador, Colômbia, Guatemala, México, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Rikardy Tooge

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