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Dólar a R$ 6 e Prefixado a 15%: “Estamos a um passo de entrar em dominância fiscal”, diz analista

O dólar fechou a sessão desta terça-feira (17) com uma pequena alta de 0,02%, a R$ 6,09. Contudo, por volta das 12h, a moeda estrangeira chegou a bater o recorde de R$ 6,20. Idean Alves, planejador monetário e especialista em mercado de capitais, aponta que o principal motivador da disparada da cotação é a percepção de piora nas condições fiscais do País. Instituições financeiras, como o BTG, já enxergam a trajetória da dívida pública como “insustentável” – e um problema longe de ser sanado pelo pacote de corte de gastos apresentado pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) no fim de novembro. O envio nesta manhã das medidas para votação no Congresso só alimentou ainda mais a ansiedade do mercado.

A desconfiança em relação à condução das contas públicas faz com que os investidores peçam mais prêmio para financiar a dívida, o que explica a disparada das taxas dos títulos públicos do Tesouro Direto. Essas incertezas devem minguar a entrada de capital estrangeiro do País e manter o dólar em alta. Em dezembro, o fluxo estrangeiro ainda está positivo em “Os investidores estão preferindo África do Sul, Índia e México, em detrimento do Brasil, muito por conta da falta de confiança no governo e nas conta públicas”, diz Alves. “Mesmo os leilões do Banco Central não têm sido suficientes para conter a alta da moeda americana.”

Marcos Moreira, CFA e sócio da WMS Capital, tem uma leitura parecida. “O mercado está muito deteriorado e sensível a qualquer movimento envolvendo o fiscal, e com razão. As contas públicas claramente estão em níveis insustentáveis, diria que estamos a um passo de entrar em dominância fiscal, cenário esse que não víamos há muito anos”, afirma. “Dominância fiscal” ocorre quando a política monetária — subir ou baixar a taxa de juros — deixa de ter efeito sobre a inflação em função de um cenário fiscal desorganizado.

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“Então o fato do governo ter dificuldade, tanto política quanto não ter tempo hábil para aprovar o pacote de contenção de gastos (que inclusive ja veio muito desidratado), foi o principal driver do dólar hoje“, diz o especialista. Já na análise de Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, muito do desespero das primeiras horas de negociação desta terça (17) ocorreu na esteira de desconfianças de que pouco do que foi proposto para corte de gastos seria aprovado no Congresso. Agora, com falas de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, no sentido de agilidade na votação, parte da insegurança deve ser dissipada.

“Hoje, pela manhã, as notícias eram de que seis pontos seriam desidratados, que muita coisa não ia ser aprovada. Ontem os deputados falaram que talvez não tivessem tempo, os senadores também. Ao longo do dia isso foi amenizando com falas do Lira e Pacheco”, diz Cruz.

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Autor: Jenne Andrade

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