As variáveis para uma boa alocação de ativos, segundo Luise Coutinho, da HCI Invest

A construção de um portfólio de sucesso naturalmente já exige muita dedicação e atenção do assessor de investimentos. Em tempos de forte volatilidade do mercado, como o atual, a tarefa se torna ainda mais desafiadora.

“Temos de estar sempre revisando o portfólio para ver se é necessário fazer algum ajuste, ou seja, um rebalanceamento da carteira em caso de mudança nas condições de mercado, expectativas e projeções de indicadores econômicos ou mudanças no cenário macroeconômico, fiscal ou político”, confirma Luise Coutinho, head de produtos e alocação da HCI Invest.

Com aproximadamente quatro anos de fundação, o escritório conta hoje com R$ 3,5 bilhões de patrimônio sob custódia.

Em entrevista ao InfoMoney, Luise detalhou boas práticas para a construção de um portfólio capaz de oferecer a melhor relação risco e retorno para o cliente e que possa direcionar o investidor rumo aos seus objetivos dentro do horizonte de tempo desejado. Confira os principais trechos.

InfoMoney (IM): Poderia citar boas práticas de alocação que o HCI tem adotado?

Luise Coutinho: somos muito diligentes nos produtos que ofertamos para os nossos clientes e o peso de exposição por ativo/classe em cada carteira. Temos o compromisso de ter todos os assessores alinhados e comprometidos em entregar uma assessoria eficiente e de qualidade.

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IM: Pensando especialmente em assessores mais novos, o que deve se evitar em relação ao tema?

Luise Coutinho: Assessores iniciantes, muitas vezes, acabam cometendo o erro de concentrar parte significativa do portfólio em apenas um tipo de ativo ou classe de ativos, seja porque o cliente pediu ou como forma de mostrar uma rentabilidade atrativa para o cliente. Como o mercado é cíclico e não linear, se olharmos historicamente a evolução dos indicadores monetários em janelas de tempo, veremos que a classe que apresenta melhor rentabilidade em um certo período, dificilmente vai repetir essa mesma performance no ciclo seguinte.  Isso pode aumentar o risco da carteira, caso esse ativo ou classe sofra uma queda considerável.

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IM: Falando em erros comuns, é possível citar outros cometidos por quem está ingressando na profissão?  

Luise Coutinho: Um erro bastante comum é pensar apenas no curto prazo e não levar em consideração a liquidez dos ativos. Em casos de crise ou mudança de planos do cliente, é essencial ter parte do portfólio com liquidez para que seja possível vender os ativos no mercado.  Concentrar o portfólio apenas em ativos de longo prazo ou ilíquidos, pode comprometer a estratégia e a performance da carteira.

Outro erro comum é não fazer o rebalanceamento da carteira. Quando se investe em ativos descorrelacionados, é natural que, em determinados períodos, alguns ativos se valorizem enquanto outros não. Por isso, é importante rebalancear a carteira periodicamente para garantir que ela continue alinhada com os objetivos e perfil de risco do investidor.

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IM: Quais estratégias recém-adotadas (exemplos práticos) estão dando certo no HCI?

Luise Coutinho: Temos feito revisões periódicas das carteiras, para alinhar os objetivos e expectativas dos clientes. Com isso, conseguimos identificar se as carteiras de fato estão aderentes ao perfil dos clientes. Vale ressaltar que muitos investidores conservadores, que estavam acostumados em ter carteiras apenas com ativos pós fixados, tomaram mais risco nas carteiras quando a Selic chegou a 2% e, nem todos estavam preparados para volatilidade inerente às outras classes de ativos. 

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