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Ibovespa hoje: veja como a Bolsa reage após dólar superar R$ 6,30 e BC prever piores expectativas de inflação

O Ibovespa hoje abriu em estabilidade, em leve alta de 0,03%, aos 120.802 pontos nesta quinta-feira (19).  As atenções do mercado estão no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e na ofensiva do dólar no mercado de câmbio doméstico. O pacote fiscal do governo segue no radar – veja aqui os principais assuntos do dia.

Os mercados internacionais renovam a cautela global nesta quinta-feira após o corte de juros “hawkish” (duro) do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que indicou condições monetárias mais rígidas em 2025.

índice VIX, que mede a volatilidade do mercado e também é conhecido como “índice do medo”, despencou 22,32% nesta manhã, após atingir o maior nível desde agosto.

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O dólar por sua vez alcançou o recorde histórico de R$ 6,30 nesta manhã, indicando um dia de fortes emoções para o mercado de câmbio e os juros futuros.

Além disso, a iminência do recesso parlamentar, percepção de colapso das medidas fiscais após alterações feitas no Congresso e demora na aprovação podem sustentar a tensão nos mercados.

Na avaliação de Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, o adiamento para esta quinta-feira das votações finais das medidas fiscais na Câmara, diante da avaliação do presidente da Câmara, Arthur Lira, de que não havia votos suficientes, pode deixar os mercados apreensivos. “Além disso, o pacote segue passando por mudanças que reduzem os efeitos das medidas”, diz em relatório.

O que direciona o Ibovespa hoje

Juros do Fed

O mercado global reage à redução de 25 pontos-base para a faixa entre 4,25% a 4,50% ao ano dos juros do Federal Reserve, em comunicado divulgado na quarta-feira (18).

banco central americano cumpriu as expectativas sem unanimidade, mas assustou investidores ao projetar apenas duas reduções no próximo ano. Algumas casas veem como praticamente certa uma pausa em janeiro e, para março, um corte dependerá dos efeitos das políticas fiscais sugeridas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, incluindo tarifas, cortes de impostos e planos de gastos públicos.

Bolsas internacionais

Os rendimentos dos títulos públicos europeus sobem e o spread (sobretaxa) entre os papéis do Reino Unido-Alemanha atingiu 243 pontos-base, o maior em 34 anos. Os contratos de metais em geral registram perdas, refletindo temores de menor demanda global.

Contudo, em Nova York, o mercados ajusta-se após reação considerada “exagerada” na véspera, quando as bolsas caíram e o rendimento de 10 anos chegou a tocar nível de 4,508%, mais alto desde maio deste ano.

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Os futuros dos principais índices acionários de Nova York se recuperam. Enquanto isso, as bolsas da Europa caem com força após sinalização conservadora do Fed.

O rendimento curto dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) recuam, mas os longos seguem avançando, enquanto o dólar também alivia ante pares rivais, assim como a maioria das divisas emergentes, à exceção do real.

Dólar

dólar voltou a renovar seu maior valor de fechamento da história, encerrando a quarta-feira (18) a R$ 6,2657 com um salto de 2,78% ante o real – o maior patamar desde o início do Plano Real, em 1994. A alta e a cotação recorde se devem principalmente ao auge do estresse fiscal no País, mas a decisão de juros nos Estados Unidos também ajudou a definir a piora da cotação na sessão.

Nesta quinta-feira, o dólar hoje abriu a sessão com queda de 0,28%, a R$ 6,2484. Às 10h16, a cotação já tinha voltado a a subir, alcançando o marco histórico de R$ 6,30. Leia mais sobre a a operação da moeda aqui.

Para intervir no mercado de câmbio e conter uma nova alta do dólar, o Banco Central (BC) vendeu a oferta total de US$ 3 bilhões em um leilão de dólares à vista realizado nesta quinta-feira (19). Com esta venda, o BC já injetou US$ 15,760 bilhões no mercado de câmbio desde o último dia 12. Ao todo, US$ 8,760 bilhões foram injetados em leilões à vista, e o restante, em leilões de linha, com compromisso de recompra.

Relatório Trimestral de Inflação

O Banco Central aumentou a sua projeção de crescimento do PIB brasileiro em 2024, de 3,2% para 3,5%. A projeção para 2025 passou de 2,0% para 2,1%. Os números constam no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro, publicado nesta quinta-feira.

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O Banco Central aumentou a sua projeção de inflação de 2026, de 3,3% para 3,6%. A estimativa segue o cenário de referência, que considera a trajetória de juros do relatório Focus e a evolução do dólar conforme a paridade do poder de compra (PPC).

As projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 e 2025 – de 4,9% e 4,5%, respectivamente – não foram alteradas na comparação com o comunicado e a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) – veja aqui.

Commodities

minério de ferro recuou 1,08% nos mercados de Dalian, na China, esta manhã. Já o petróleo também opera no campo negativo, caindo 1,18% (WTI) e 0,31% (Brent).

Por outro lado, os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de firmas não americanas) da Vale (VALE3) avançavam 0,57% no pré-mercado de Nova York, por volta das 10 horas (de Brasília). Os ADRs da Petrobras (PETR3PETR4) também mostravam força, subindo 1,49% no mesmo horário.

  • Confira aqui a agenda econômica completa das firmas

Mercado brasileiro

A Câmara adiou para esta quinta-feira a votação em plenário da PEC e do projeto de lei complementar do pacote de ajuste fiscal por falta de votos na noite de quarta-feira (18), às vésperas do recesso parlamentar, partir de segunda-feira (23).

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), confirmou sessão semipresencial nesta quinta para a votação das três propostas que formam o pacote e disse que pode convocar sessão no sábado para votar também as leis orçamentárias.

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Contudo, além de adiar as votações finais para hoje, a Câmara aprovou o pacote fiscal que limita o bloqueio de emendas apenas às não obrigatórias e confirmou a revogação do antigo Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (DPVAT).

Analistas estimam que a economia com as medidas vai girar entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões, aquém dos R$ 71 bilhões propostos em dois anos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve trabalhar durante as férias em janeiro, focando na análise de outras medidas para reforçar o arcabouço fiscal.

Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.

*Com informações do Broadcast

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Estadão Conteúdo

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