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Vale (VALE3) ou Suzano (SUZB3)? No tira-teima do dólar recorde, veja qual a melhor ação para comprar agora

Em cenários como o atual, com o dólar renovando recordes históricos no patamar acima de R$ 6,15, especialistas costumam orientar os investidores a buscar firmas que tenham correlação positiva com o câmbio. Ou seja, aquelas que têm despesas em real e receitas na moeda americana. Neste quesito, duas gigantes de commodities brasileiras saltam aos olhos: Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3). Mas, no tira-teima entre as duas ações, qual é a melhor para investir agora?

Atualmente os analistas têm preferido a gigante do papel e celulose. “A Vale tem custo mais dolarizado do que o da Suzano”, resume Yuri Pereira, analista de celulose e mineração do Research do Santander Brasil. Na sua avaliação, a Suzano é quem tem a melhor correlação com o dólar. A casa trabalha com uma medida de sensibilidade de 1 a 1,5 no lucro operacional da firma (Ebitda) para cada 1% de variação na moeda americana. “Isso significa que, se o dólar subir 1%, o Ebitda tende a aumentar em 1,5%”, diz.

Felipe Reis, estrategista da EQI Research, prefere olhar os mercados onde as duas estão inseridas, com o seu time permanecendo pessimista em relação a Vale desde o início de 2024. “Somos céticos sobre a recuperação da demanda chinesa por minério de ferro. A produção de aço bruto no país acumula queda de 3% até outubro de 2024”, diz. Para ele, os riscos de recuo nos preços da commodity parecem mais prováveis do que uma alta no curto prazo, “o que deve continuar pressionando as ações da Vale.”

No mercado da Suzano, Reis vê preços da celulose próximos de um piso, com produtores menos eficientes enfrentando prejuízos, o que, na visão dele, pode levar a cortes na oferta e beneficiar o mercado. O estrategista da EQI também cita o processo de redução de dívidas da companhia e disciplina em alocação de capital futura, “com menores chances de aquisições gigantes”.

Mercados e múltiplos para VALE3 e SUZB3

Segundo João Abdouni, analista de investimentos da Levante,  as duas firmas têm boas alternativas para 2025, que dependem dos preços das commodities. “No longo prazo, a celulose apresenta melhores perspectivas. Em contrapartida, a Vale tem uma avaliação de mercado mais atrativa”, comenta. A mineradora trabalha com um preço por lucro em 5,28 vezes, enquanto outras gigantes do setor, como as anglo-australianas, operam a 9,20 vezes, como é o caso da Rio Tinto (RIOT34), e a 16,21, da BHP (BHPG34).

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Na celulose, a Suzano opera com um preço que representa  18,79 vezes o seu lucro. O consumo global de celulose cresce cerca de 2% ao ano e a companhia, com uma produção anual de 11,5 milhões de toneladas, espera gerar lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 26 bilhões. Atualmente, suas ações são negociadas a uma razão de 5,7 vezes o EV/Ebitda, indicador que mede o valor da firma em relação ao seu desempenho operacional.

Já no minério de ferro, a Vale projeta uma produção de 320 milhões de toneladas em 2025, com preço médio de US$ 105/tonelada. Isso deve resultar em um Ebitda de R$ 85 bilhões, com a firma sendo negociada a 4,4x EV/Ebitda. “No entanto, as perspectivas para o minério são mais incertas devido à desaceleração no setor de construção civil e na produção de aço na China“, comenta Abdouni.

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Para o Santander, que considera uma recuperação da produção de aço na China, as expectativas para a Vale são melhores. “Apesar da fraqueza do imobiliário, outros setores, como infraestrutura e indústria, devem impulsionar a demanda por aço e minério de ferro”, diz Yuri Pereira.

Ele diz que as análises recentes sobre VALE3 têm sido mais negativas porque o mercado tem precificado o minério de ferro em torno de US$ 100 por tonelada em 2025. “Trabalhamos com uma estimativa de US$ 115. Não vemos a oferta global de minério crescendo significativamente”.

Quem é quem nos dividendos

Na comparação dos dividendos, Pereira avalia que a Vale se destaca em relação a Suzano, com expectativa de retorno (dividend yield) de 9% em 2025, enquanto a companhia de papel e celulose chegará a um valor semelhante, mas combinando dividendos e recompras de ações. “Os dividendos isolados da Vale têm maior impacto imediato no retorno ao acionista“, considera.

Apesar disso, Pereira diz que a Suzano vem realizando uma boa alocação de capital. Em 2024, a companhia concluiu a recompra de 6% de suas ações e anunciou R$ 2,5 bilhões em juros sobre capital próprio (JCP). A estratégia combina retorno ao acionista e gestão de capital conservadora, sem grandes aquisições no curto prazo.

Esta é uma opinião parecida com a dos analistas da XP, que soltaram relatório reiterando a Suzano como a principal escolha de investimento no setor de papel e celulose, com recomendação de compra e potencial de valorização de 31,6%. “O desempenho operacional, combinado com uma estratégia prudente de alocação de capital e vantagens competitivas no Ribas do Rio Pardo (antigo Projeto Cerrado)”, reforçam a avaliação positiva​ pela vantagem competitiva em custos industriais e logísticos que essa nova operação trará à firma. A previsão é que o projeto seja concluído em janeiro de 2025. Saiba mais sobre Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3) aqui e aqui, respectivamente.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Leo Guimarães

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