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A ação mais rentável do Ibovespa em 2024 fez o investidor lucrar 145%

Longe do otimismo observado no início de janeiro, a Bolsa brasileira termina 2024 em um momento difícil. O Ibovespa acumula perdas de 9% no ano até o fechamento do pregão da última sexta-feira (20) e opera agora no nível de 122 mil pontos – distante do recorde histórico de 137,3 mil pontos alcançado em agosto.

Ao final de 2023, corretoras e bancos tinham uma visão diferente para o principal índice da B3. Naquela época, as expectativas para o Ibovespa ao final de 2024 oscilavam entre os 138 mil pontos e os 160 mil pontos. O entendimento das casas era de que o mercado acionário local poderia se beneficiar do tão aguardado ciclo de corte de juros nos Estados Unidos.

O alívio monetário nas terras norte-americanas realmente ocorreu: em setembro, o Federal Reserve (Fed) cortou os juros pela primeira vez desde 2020 – na última reunião do ano, em dezembro, a redução foi de 0,25 ponto porcentual. Apesar de ser bem recebida pelos investidores brasileiros, a notícia não foi suficiente para alterar os rumos do Ibovespa em 2024.

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No cenário doméstico, as preocupações fiscais limitaram as chances de recuperação da Bolsa brasileira, enquanto o Banco Central voltou a elevar a Selic no País. Depois de uma longa espera, o governo federal apresentou, em novembro, o seu pacote de corte de gastos, mas as propostas não foram bem aceitas pelo mercado.

As ações que se destacaram em 2024

Mesmo em um ano desafiador para o Ibovespa, certas ações exibiram ganhos expressivos na Bolsa local. Um levantamento realizado por Einar Rivero, sócio da Elos Ayta Consultoria, elencou os cinco papéis que mais subiram em 2024.

O estudo considerou apenas as ações do Ibovespa devido à sua maior liquidez. Vale lembrar que ativos com baixa liquidez tendem a ser mais difíceis de negociar e apresentam maior volatilidade nos preços de compra e venda.

Na liderança do ranking, estão as ações da Embraer (EMBR3), que saltaram 145,47% no ano. Confira abaixo os outros papéis que integram a lista:

Embraer, a ação campeã de ganhos em 2024

A grande estrela do Ibovespa em 2024 foi a Embraer. Alexandre Pletes, head de Renda Variável da Faz Capital, explica que o maior êxito da firma foi conseguir fechar diferentes contratos. Só na parte de aviação comercial, a companhia espera entregar entre 70 e 73 aeronaves no ano.

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E não foi apenas nesse segmento que a companhia obteve sucesso em 2024. “A Embraer foi nossa exposição favorita aqui. A gente entendia, desde o final de 2023, que 2024 seria um ano em que todas as vertentes de negócios da firma funcionariam muito bem”, afirma Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

Um dos destaques, segundo ele, foi a parte militar. “A corrida armamentista na Europa, intensificada pelos conflitos entre Rússia e Ucrânia, resultou em novos contratos para os cargueiros militares da companhia, o que deve continuar”, sinaliza.

A firma ainda contou com uma “ajudinha” do cenário econômico: a alta do dólar. Como boa parte de sua receita vem de exportações, a companhia se beneficiou da valorização acima de 25% da moeda americana no ano.

O setor vencedor da Bolsa

Não dá para negar que os papéis de frigoríficos foram o grande destaque positivo da Bolsa brasileira em 2024. Três das cinco maiores valorizações acumuladas no ano pertencem ao setor: Marfrig (MRFG3), BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3).

No caso da BRF, Pletes, da Faz Capital, destaca os bons resultados corporativos. No terceiro trimestre, a companhia atingiu a menor alavancagem da história, de 0,71 vez. O analista também relembra que a firma conseguiu uma melhora no preço da venda do quilo do setor de aves, além de se beneficiar da redução dos custos dos insumos, principalmente de grãos e farelos.

O movimento da BRF ajudou a Marfrig, que é sua controladora, a ter bons resultados. Marcos Duarte, analista da Nova Futura Investimentos, explica que outro fator positivo para a firma foi o desempenho da National Beef (unidade da Marfrig nos Estados Unidos) – operação que tem se mostrado resiliente, ajudando a melhorar o fluxo de caixa e a reduzir a dívida da companhia.

Já na JBS, a valorização do dólar foi positiva, pois a maior parte de suas vendas vem do mercado internacional, principalmente o americano. “A forte demanda global por carne deu um empurrão extra nos números da companhia. A presença da JBS nos Estados Unidos, um mercado essencial para a firma, ajudou a ‘segurar as pontas’ e a garantir resultados sólidos”, afirma Duarte.

A estreante no Ibovespa

Quem também se destacou positivamente no ano foi a Santos Brasil (STBP3), que estreou na carteira do Ibovespa em setembro. Os resultados corporativos positivos ajudam a explicar a valorização dos papéis da firma.

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No terceiro trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia cresceu 57,6% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo R$ 406,3 milhões. “A alavancagem também é praticamente inexistente em Santos Brasil, então a firma opera de forma muito redonda”, diz Pletes, da Faz Capital.

Além dos bons números reportados, o cenário de alta do dólar contribuiu para a valorização das ações da firma na Bolsa, já que grande parte dos seus negócios estão diretamente ligados ao comércio internacional. “Quando o câmbio sobe, as tarifas cobradas nos serviços portuários garantem margens mais gordas”, explica Duarte da Nova Futura Investimentos.

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Autor: Beatriz Rocha

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