Na negociação com Hypera, EMS come pelas beiradas e compra fatia de 6% da farmacêutica
Depois da tentativa frustrada de negociação da fusão com a farmacêutica Hypera, a EMS, uma das principais indústrias de genéricos do país, começou a comer pelas beiradas: comprou 6,02% por meio de um fundo de investimentos, segundo fontes. A EMS já tinha pouco menos de 5% da firma e teria decidido ampliar essa posição porque acha que as ações “estão baratas” (o papel acumula uma queda de 11% em seis meses e de 17% no ano). Mas também foi uma demonstração de que o interesse da EMS na fusão continua firme.
A EMS fez uma oferta hostil – tentativa de compra contra a vontade do conselho de administração da outra companhia – pela Hypera em outubro. A ideia era comprar 20% da companhia ao preço de R$ 30 a ação. Esse valor era 14,67% acima do que estava sendo negociado na bolsa naquele momento.
Mas a oferta foi considerada quase “ofensiva” por João Alves de Queiroz Filho, o Junior, controlador da Hypera. Ele considerou a oferta muito abaixo do que, de fato, a firma vale. Com isso, ao negar a oferta, a Hypera praticamente fechou as portas para propostas futuras. Disse, em um fato relevante, que a operação não era do melhor interesse para a firma, porque o portfólio de produtos da EMS não estaria alinhado aos seus e que as duas farmacêuticas têm cultura organizacional e práticas de governança distintas.
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A EMS é mais conhecida pelos medicamentos Gerovital, Lacday e Balsamo Bengué, enquanto a Hypera é dona de rótulos como Engov, Neosaldina e Benegripe. A Hypera é dona também da Neo Química, marca que dá nome ao estádio do Coritnhians.
Mas, conforme informou o InvestNews em novembro, Sanchez não desistiu do negócio. E tem pedido que interlocutores expressem a Junior seu desejo de retomar as conversas. Segundo uma fonte, seriam “mensagens positivas”, em que ele reconhece que errou ao fazer a oferta hostil, mas que não vai desistir do negócio porque ele criará muito valor para todos os envolvidos.
Caso a fusão avance, poderá criar uma farmacêutica com faturamento anual de R$ 15,9 bilhões, com lucro operacional (Ebitda), estimado em R$ 5 bilhões, sendo a maior parte disso vindo da EMS, que hoje é uma firma menos endividada.
Até aqui, Junior segue resistente ao negócio. Talvez ao longo de 2025, esperam os interlocutores, ambos encontrem alguma forma de retomar as conversas.
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Autor: Lucinda Pinto