Dólar sobe mais de 1% no início da sessão acompanhando exterior
Após ceder nas duas sessões anteriores, o dólar subia mais de 1% ante o real no início desta segunda-feira (23), em sintonia com o avanço firme da moeda norte-americana no exterior e ainda sob influência das preocupações com a área fiscal no Brasil, em um início de semana com agenda relativamente esvaziada e tendência de menor liquidez antes do Natal.
Às 9h43, o dólar à vista subia 1,32%, a R$ 6,15 na venda. Na B3, o dólar para janeiro – atualmente o mais líquido no mercado brasileiro – avançava 0,78%, aos R$ 6,14.
No exterior, investidores ainda digerem a mais recente série de reuniões de bancos centrais. Na semana passada o Federal Reserve (Fed) surpreendeu os mercados ao projetar um ritmo moderado de cortes na taxa de juros, fazendo com que os rendimentos dos Treasuries e o dólar subissem.
Esta perspectiva segue permeando os negócios nesta segunda-feira, com o dólar e os rendimentos em alta.
Internamente, as preocupações dos investidores seguem voltadas para a área fiscal do governo, ainda que na sexta-feira o Senado tenha concluído a votação do pacote de medidas para segurar os gastos públicos. Com o Congresso em recesso até fevereiro, Brasília também vai diminuindo o ritmo neste fim de ano.
Destaque na agenda do dia, a pesquisa Focus mostrou que as expectativas de inflação estão cada vez mais desancoradas. A projeção do mercado para a alta do IPCA em 2024 passou de 4,89% para 4,91% e em 2025 foi de 4,60% para 4,84% – em ambos os casos bem acima da meta contínua de inflação perseguida pelo BC, de 3%.
O cenário para o câmbio também revela pressão, com projeção de dólar a R$ 6 no fim deste ano e a R$ 5,90 no encerramento do próximo.
Nesta manhã o BC informou, por meio das Estatísticas do Setor Externo, que o Brasil registrou déficit de US$ 3,060 bilhões na conta corrente do balanço de pagamentos em novembro, pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters com especialistas, de saldo negativo de US$ 3,344 bilhões.
O déficit foi mais do que compensado pelo saldo positivo de investimento direto no país (IDP), de 6,956 bilhões de dólares.
Na sexta-feira o dólar à vista fechou em baixa de 0,87%, cotado a 6,0710 reais. Ainda assim, no acumulado da semana passada, marcada por forte volatilidade nos mercados, a divisa subiu 0,69%, em meio à desconfiança dos investidores na política fiscal do governo.
O Banco Central fará nesta segunda leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de fevereiro de 2025. Ao contrário de sessões anteriores, a autarquia não anunciou nenhuma operação extra.
As três maneiras que o Banco Central tem para conter o dólar
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Autor: patricksantos