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Dividendos x renda fixa: há 8 ações que batem a rentabilidade do Tesouro Direto

Em um cenário de juros elevados e inflação persistente, investidores atentos buscam ativos que ofereçam renda passiva superior à da renda fixa. Um bom critério aqui é buscar papeis cujos valores pagos em dividendos tenham ultrapassado o índice IMA-B Total, que mede o retorno do tesouro direto, acompanhando o desempenho dos títulos públicos indexados à inflação (NTN-B).

O IMA-B Total indica, em suma, a taxa de retorno da opção mais conservadora do mercado, e players um pouco mais ousados podem se interessar por ações que superam essa marca. O levantamento da Elos Ayta levou em conta dois critérios: rendimento superior ao IMA-B Total nos últimos três anos (isto é, consistência) e volume monetário médio diário em 2024 superior a R$ 1 milhão, ou seja, uma garantia de que as ações destacadas têm liquidez suficiente para o investidor médio, permitindo a execução de ordens de compra e venda sem grandes distorções de preço.

Chegamos assim a oito ações listadas na B3. Veja quais são elas:

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Petrobras (PETR4) excepcional

O destaque absoluto do levantamento são as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4). Ambas tiveram dividend yields de dois dígitos nos últimos três anos, ao mesmo tempo em que apresentaram retornos consistentes para quem reinvestiu os dividendos recebidos.

Entre 2022 e 2024, as taxas de retornos (levando em conta o reinvestimento dos dividendos) para a PETR3 foram respectivamente de 48,86%, 75,06% e 23,18%. Para PETR4, os índices foram de 47,23%, 96,04% e 20,76%.

As ações da Petrobras são destaque não apenas pela consistência, mas também pela capacidade de oferecer rentabilidade muito superior à da renda fixa atrelada ao IMA-B Total. Enquanto este apresentou retornos de 9,78% (2022), 12,13% (2023) e 5,76% (2024), a estatal de petróleo proporcionou ganhos bem mais robustos enfrentando o mesmo contexto econômico desafiador.

Ganhos pontuais, volatilidade alta

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) e do Banco BMG (BMGB4) também compõem nosso grupo seleto. Seus dividend yields foram superiores a 9% em 2024. O BBAS3, por exemplo, alcançou 76,18% de retorno (com reinvestimentos) em 2023.

Já o papel Lavvi (LAVV3), do setor de incorporações, teve um desempenho excepcional em 2023, com 102,99% de rentabilidade ao reinvestir dividendos. A CSN Mineração (CMIN3) e Metal Leve (LEVE3) também foram destaque naquele ano 2023, com retornos de 119,22% e 60,14%, respectivamente.

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Mas é preciso cuidado. A mesma Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), cuja ação CMIN3 teve desempenho excelente em 2023, viu neste ano o rendimento do mesmo papel cair -20,23%. O mesmo ocorreu com as ações CSNA3, também da CSN, e LEVE3, do setor de automóveis e motocicletas, que caíram, respectivamente, -39,78% e -17,75%. São lembretes de que a volatilidade é marca permanente do mercado acionário.

Sem bola de cristal

Embora as oito ações listadas tenham apresentado dividend yields relevantes e rentabilidades superiores ao IMA-B Total nos últimos três anos, não há garantia de que esse desempenho se repetirá.

É claro que um histórico de entregas robustas é um sinal positivo, mas o mercado acionário é dinâmico e sujeito a fatores econômicos, setoriais e de governança que podem impactar a capacidade futura de uma firma manter determinado nível de rentabilidade.

Renda passiva pra valer

O IMA-B Total é um índice fundamental para quem investe em títulos públicos indexados à inflação (NTN-B), oferecendo rentabilidade previsível com riscos menores.

Contudo, quando há ações que superam esse indicador através de dividend yields robustos, temos a oportunidade de gerar renda passiva real, capaz de proteger o investidor da inflação e, ao mesmo tempo, ampliar seus ganhos. A reaplicação dos dividendos recebidos também potencializa o retorno total, criando um ciclo poderoso de crescimento patrimonial ao longo do tempo.

Como sempre, a decisão de cada investidor deve levar em conta seu grau de tolerância ao risco – pois o mercado de ações terá sempre mais volatilidade do que aplicações seguras, conservadoras, como o tesouro direto medido pelo índice IMA-B Total. Cabe ao investidor avaliar riscos e oportunidades e, sobretudo, manter uma estratégia equilibrada de investimentos, que considere tanto a proteção do patrimônio quanto a busca por uma rentabilidade superior à da inflação.

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Autor: E-Investidor

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