Após disparar em 2024, a Ambipar (AMBP3) quer lucrar procurando ouro no lixo
A Ambipar (AMBP3) registra uma valorização expressiva em 2024. Até a última sexta-feira (27), os papéis da firma acumulam ganhos de 730,52% no ano – desempenho que levou os ativos a saírem do patamar de R$ 15,58 observado em janeiro para atingirem a cotação atual de R$ 134,96. Nesta matéria, mostramos o que analistas esperam para as ações da companhia de soluções ambientais em 2025.
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Em novembro, a companhia deu um novo passo em seus negócios e inaugurou a maior planta de mineração urbana da América Latina, com foco na manufatura reversa de eletrônicos e linha branca (eletrodomésticos de grande porte). Localizada em São José dos Campos, em São Paulo, a nova unidade teve sua capacidade ampliada de 30 mil toneladas para 80 mil toneladas de eletroeletrônicos por ano. Ao todo, a unidade já recebeu R$ 100 milhões em investimentos.
Em geral, a mineração urbana procura explorar e recuperar recursos presentes nos resíduos descartados nas cidades. Já quando se trata de manufatura reversa, o procedimento envolve, como o próprio nome sugere, o desmonte e a reutilização de produtos defeituosos ou que estão no fim de sua vida útil.
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“Possuímos uma plataforma pioneira de gestão e rastreabilidade desses equipamentos que tem por objetivo assegurar todo o processo de coleta, destruição ou proteção da marca e destinação final ambientalmente correta”, explica Marcelo Oliveira, head da unidade de mineração urbana da Ambipar Environment.
Ele diz ainda que as matérias-primas geradas nesse processo são encaminhadas para firmas de fundição ou refino de metais. Depois, esse recursos voltarão a ser produtos novamente, contribuindo com a economia circular – modelo de produção e consumo que prevê o retorno dos materiais para o ciclo econômico ou para a natureza.
A unidade da Ambipar em São José dos Campos já processava materiais eletrônicos de pequeno e médio porte. Com a expansão e as novas tecnologias implantadas, passou a trabalhar com equipamentos de médio e grande porte, como fogão, máquina de lavar e micro-ondas. No processo de mineração urbana, são separados elementos como plástico, ferro, alumínio, cobre, latão, placas eletrônicas e inox, que são reinseridos no mercado para a fabricação de novos produtos. Em termos práticos, a estratégia da Ambipar é recuperar metais diversos, incluindo o ouro.
O ativo, cobiçado no mundo todo, é tratado como uma proteção aos portfólios de investimento, por registrar uma volatilidade inferior a outros produtos, como mostramos nesta reportagem. O metal atualmente está cotado a US$ 2.632 por onça-troy (medição equivalente a cerca de 32 gramas de ouro).
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O alto valor do ativo está no radar da Ambipar, que espera conseguir recuperar uma quantia significativa do metal em sua nova unidade de fábrica. “Na mineração tradicional, é possível extrair de 2 a 3 gramas de ouro. Na mineração urbana, dependendo do caso, é possível extrair de 30 a 50 gramas de ouro por tonelada de resíduo eletrônico”, explica Oliveira.
Isso representaria algo em torno de 1 onça-troy e 1,5 onça-troy de ouro por tonelada. Em cálculos básicos, a quantia extraída corresponderia a um valor de US$ 2.632 a US$ 3.948, segundo a cotação atual do metal.
A Ambipar não menciona valores estimados de retorno com o investimento na unidade de São José dos Campos. Oliveira pontua, porém, que todo plano de negócios elaborado pela companhia segue uma premissa de playback de 3 a 5 anos, conforme a política da firma. O playback, no jargão monetário, é um indicador que representa o tempo de retorno de um investimento.
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Autor: Beatriz Rocha