John Deere quer expandir frota de tratores autônomos para além do Centro-Oeste americano

A Deere & Co., que já introduziu arados sem condutor nos campos agrícolas do midwest americano, quer agora levar máquinas autónomas para pomares, pedreiras e jardins para ajudar a aliviar as pressões da escassez de oferta de mão de obra.

A líder mundial em equipamento agrícola apresentou a sua nova frota autónoma na feira CES, em Las Vegas, nesta segunda-feira (6). As máquinas, pintadas com o icônico verde e amarelo da Deere, foram desenhadas para realizar alguns dos trabalhos mais difíceis de preencher no local de trabalho, desde a aparentemente interminável pulverização de árvores de frutas e nozes até ao transporte de pedras gigantescas em caminhões basculantes.

A firma pretende tornar a agricultura totalmente autônoma até 2030 e obter cerca de 10% das receitas de fontes recorrentes, como as assinaturas que ajudam a permitir o funcionamento das máquinas sem condutor. A estratégia surge no momento em que a Deere busca melhorar as margens de lucros, uma vez que a recessão da economia agrícola tornou mais difícil para os agricultores adquirirem novos tratores.

O desafio de aliviar a carga sobre os produtores é motivado pelo aumento da demanda por alimentos e materiais, com uma população mundial crescente, mas um número cada vez menor de agricultores e trabalhadores.

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“Metade dos postos de trabalho com a operação de tratores não é preenchida e isso se deve ao fato de o trabalho ser extenuante e fisicamente exaustivo”, disse Igino Cafiero, diretor de autonomia da Deere para culturas de alto valor. Cafiero comentava justamente as funções em pomares no estado da Califórnia, importante produtor, onde o novo equipamento foi apresentado pela primeira vez em novembro.

As árvores frutíferas e de nozes precisam ser tratadas até oito vezes por ano, com os operadores de trator percorrendo lentamente as fileiras do pomar, muitas vezes à noite. O novo trator de pomar a diesel da Deere pode fazer o trabalho sem um motorista, com um operador gerenciando-o a partir de um aplicativo em um telefone celular.

Da mesma forma, a Deere está lançando um trator autônomo para as maiores fazendas de cultivo do mundo, um caminhão basculante articulado autônomo para pedreiras e um cortador de grama autônomo movido a bateria para locais como campus de faculdades ou firmas.

O novo equipamento ainda não está disponível comercialmente e o preço não foi divulgado.

Os novos produtos incluem avanços na automação em relação aos esforços iniciais – mais câmaras e sensores que utilizam lasers para criar mapas rodoviários tridimensionais. A segurança é fundamental, de acordo com Maya Sripadam, gerente de produto sênior da Blue River Technology, que a Deere adquiriu em 2017 para impulsionar os esforços de automação.

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“Quando esta máquina estiver na estrada, será capaz de ver um objeto antes do tempo e reduzir a velocidade”, disse ela sobre o novo caminhão basculante. “Também será capaz de se afastar se houver outro veículo passando por ela.”

Na fazenda, há pressão dos baixos preços das safras, já que os grãos e a soja caíram em relação às máximas de 2022, depois que a invasão da Ucrânia pela Rússia derrubou os mercados mundiais de grãos. A Deere e seus concorrentes apontaram para um provável 2025 difícil, embora alguns na indústria acreditem que o ano pode ver o fundo do ciclo atual.

Mesmo com a probabilidade de as vendas de maquinaria agrícola abrandarem este ano, os operadores continuarão a optar pela autonomia para combater a falta de trabalhadores humanos.

O arado autônomo já comercializado proporcionou às famílias agrícolas muito tempo fora do trator, disse Jahmy Hindman, diretor de tecnologia da Deere. Eles “podem ter, literalmente, semanas de sua vida de volta”, disse ele.