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Juros fecham em alta impulsionados pela entrevista de Haddad e à espera da posse de Trump

Os juros futuros fecharam a sexta-feira (17) em alta. Além de ainda ter de lidar com rescaldos do grande leilão de prefixados realizado ontem pelo Tesouro, em meio à cautela com a posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, na segunda-feira, o mercado não recebeu bem a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. No balanço da semana, as taxas caíram, com um pouco mais de força entre os contratos de curto prazo.

A taxa do contrato de Depósito Intermonetário (DI) para janeiro de 2026 encerrou em 14,96%, de 14,91% ontem no ajuste, enquanto a do DI para janeiro de 2027 passou de 15,17% no ajuste para 15,25%. O DI para janeiro de 2029 terminou a sessão com taxa a 15,19%, de 15,05%.
A sexta-feira foi de boas notícias vindas do ambiente externo, considerando os 5% de PIB da China em 2024 e o bom comportamento da curva dos Treasuries. O câmbio esteve relativamente tranquilo, com a cotação do dólar em alta, moderada, mas se sustentando abaixo de R$ 6,10. Contudo, os fatores técnicos pesaram na curva local e, a partir do meio da tarde, a fala do ministro.

Gustavo Okuyama, gestor de renda fixa da Porto Asset, considera que a operação volumosa o Tesouro ontem continuou afetando a curva de juros e deve levar ainda algumas sessões para ser totalmente absorvida. “Em termos de risco, acima de R$ 5 milhões, foi similar à da primeira emissão de 2024”, afirma.

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O Tesouro vendeu ontem cerca de 24 milhões de prefixados, sendo 19,05 milhões em LTN e 5 milhões de NTN-F (2031 e 2035), que são os prefixados mais longos da dívida atualmente emitidos e que representam maior risco. “Não por acaso, a ponta longa do DI hoje foi o trecho que mais sentiu”, observa o gestor, que chamou a atenção ao fato de o Tesouro ter colocado lote grande no segundo leilão do ano e não no primeiro. “É mais comum, depois da ausência de leilões típica no fim do ano, o Tesouro testar o apetite do mercado já no primeiro leilão”, comentou.

À tarde, quando o mercado tentava digerir os fatores técnicos, veio a entrevista de Haddad à CNN Brasil e a curva ampliou os níveis de inclinação, com os DIs longos tocando as máximas. Nas mesas de renda fixa, profissionais viram sinais de que o Executivo pode estar apostando só na Selic como ferramenta de correção de desequilíbrios. Segundo um deles, a combinação da fala sobre estar preocupado com a dinâmica da dívida e de que confia que a política monetária fará efeito gerou desconforto. “Parece uma declaração do tipo ‘eu já fiz o que podia, agora é torcer’”, afirmou.

Haddad disse também “estar preocupado” com a trajetória da dívida pública e que a estratégia para endereçar a questão será continuar “perseverando” em dois caminhos: contenção de despesas e combate de gastos tributários. Disse não acreditar que o Brasil vive um cenário de dominância fiscal e que a política monetária será capaz de gerar efeitos no controle inflacionário. “Tem gente no mercado que diz que não fará. Na minha opinião, ela fará efeito. Então, nós vamos ver nos próximos capítulos dessa novela se a política monetária é autônoma do Banco Central”, avaliou.

Em janeiro até o momento, a curva passou por um alívio de prêmios, com o mercado aparando exageros do fim do ano passado, mas estruturalmente, lembra Okuyama, nada mudou. “Alguns dados mais negativos da atividade têm trazido dúvidas sobre se a atividade continuará resiliente, mas o cenário é de incertezas”, disse o gestor.

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Autor: Estadão Conteúdo

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