Também estou preocupado com trajetória da dívida, diz Haddad à CNN
Questionado se estaria tranquilo sobre a trajetória da dívida pública, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi direto em entrevista à CNN nesta sexta-feira (17).
“Não, eu também estou preocupado. Nós temos que ter preocupação com a trajetória da dívida. Isso é uma preocupação do Ministério da Fazenda“, pontuou Haddad.
Primário de 2024
Questionado sobre o nível dos gastos públicos do governo Lula, Haddad buscou defender o momento apontando para projeções que menosprezaram o desempenho econômico da gestão.
O ministro reiterou que o governo deve entregar um déficit primário de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao exercício de 2024. Ainda enfatizou que no começo do ano passado, antes mesmo dos gastos extraordinários do Executivo com a tragédia do Rio Grande do Sul, estimativas do mercado apontavam o buraco em 0,8%.
“Nós não iamos faltar ao Rio Grande do Sul diante daquela tragédia. O estado estava debaixo d’água. Nós investimos no Rio Grande do Sul alguma coisa em torno de R$ 40 bilhões de gasto primário, fora o financiamento subsidiado. Tudo para recuperar o estado”, pontuou Haddad.
O ministro defendeu que o governo vem perseverando em trajetórias importantes para reduzir o déficit: conter as despesas e os gastos tributários.
Na sua avaliação, o resultado primário de 2024 poderia ter sido ainda mais positivo se o Congresso Nacional não tivesse devolvido as medidas provisórias que buscavam compensações à desoneração da folha de pagamento a 17 setores da economia.
“Se as medidas provisórias do ano passado não tivessem sido devolvidas, teríamos tido o primeiro superávit estrutural em mais de 10 anos. O Congresso nos ajudou muito a melhorar, mas poderia ter sido melhor ainda se tivéssemos acabado com alguns privilégios”, indicou Haddad em entrevista à CNN.
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Autor: joaonakamura