Ibovespa hoje sofre com novas políticas de Donald Trump; apenas 8 ações sobem
O Ibovespa hoje abriu em queda de 0,25%, aos 122.547 pontos nesta terça-feira (21), com apenas oito ações em alta entre 87 ativos. A abertura de negócios ocorre de olho em novas políticas de Donald Trump após sua cerimônia de posse na última segunda-feira (20) nos EUA.
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Os papéis de commodities são destaques de queda neste começo do pregão, com Petrobras (PETR3; PETR4) cedendo quase 1,00% e Vale (VALE3) perdendo 0,55%.
A cautela dos investidores com politicas protecionistas prometidas pelo presidente dos Estados Unidos deve nortear a sessão nesta terça-feira, em dia de agenda esvaziada de indicadores.
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A expectativa é de que o principal índice da B3 hoje opere em baixa nas primeiras horas de negociação após fechar com ganhos nos dois últimos pregões. O forte recuo do petróleo e o avanço do dólar pode ceifar ânimos na Bolsa, que deve se apoiar na valorização dos índices futuros de ações em Nova York e do minério de ferro.
O dólar abriu esta terça-feira em alta de 0,34%, a R$ 6,0625, ainda em ritmo de euforia com a chegada do novo presidente americano. A moeda acompanha a tendência global de valorização frente a moedas principais e a emergentes ligadas a commodities. Às 10h10, a moeda exibia leve alta de 0,02%, a R$ 6,04.
Entre as emergentes, se destaca a valorização ante dólar canadense e peso mexicano após o anúncio de Trump sobre tarifas de 25% sobre importações do Canadá e México a partir de 1º de fevereiro.
A valorização da moeda americana respinga nos juros futuros e tende a pesar em ações mais sensíveis ao ciclo econômico, embora possa estimular elevação em papéis de firmas exportadoras na Bolsa brasileira.
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A tendência é de que os mercados passem os próximos 90 dias digerindo as diretrizes do novo governo americano, com os mercados seguindo voláteis por um bom tempo, estima Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil.
O que fica no radar do Ibovespa hoje
Bolsas internacionais
O apetite por ativos de risco prevalece, após o feriado nos EUA e o início do segundo mandato de Donald Trump, devido a ordens executivas mais moderadas do que o esperado.
Na Europa, as bolsas operam de forma mista, com Londres avançando moderadamente devido a dados de emprego. Os futuros das bolsas de Nova York sobem e juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) caem.
O Danske Bank prevê mais espaço para queda nos rendimentos e cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) entre 2025 e 2026.
O dólar avança frente a moedas fortes e, entre as emergentes, se destaca ante dólar canadense e peso mexicano, após o anúncio de tarifas de 25% sobre importações do Canadá e México a partir de 1º de fevereiro. O governo canadense disse que o país está pronto para reagir. A Eurasia alerta para uma possível guerra comercial e maior desconexão econômica global.
Commodities
O petróleo amplia perdas em meio a preocupações com a oferta global e políticas de Trump, que devem aumentar a produção nos EUA, mas impor sanções a outros países. O barril de WTI cedia 2,22% e o Brent 1,43% por volta das 10h05 (de Brasília).
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Já o minério de ferro fechou em alta de 0,56%, cotado a 804,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 110,17 nos mercados de Dalian, na China.
- Confira aqui a agenda econômica completa das firmas nesta terça-feira
Mercado brasileiro
A percepção de que o tarifaço de Trump pode ser gradual e a falta de sinais de que o Brasil esteja na mira neste momento abrem espaço para alívio.
Os juros futuros podem se beneficiar da queda dos rendimentos dos Treasuries, mas o mercado de câmbio pode subir em manhã de pressão de baixa sobre moedas emergentes e ligadas a commodities, como peso mexicano.
O Ibovespa hoje deve monitorar ainda as reuniões do presidente Lula com ministros. O titular da Fazenda, Fernando Haddad, disse a seus colegas do primeiro escalão, na segunda-feira (20), que as contas públicas estão sob controle e apresentou metas, incluindo isenção de Imposto de Renda (IRPF) a até R$ 5 mil, durante a reunião ministerial.
*Com informações do Broadcast
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Estadão Conteúdo