No Brasil, só 1 a cada 5 empresas usa IA na rotina corporativa; veja números
Enquanto a inteligência artificial (IA) consolida-se como uma ferramenta indispensável em diversos setores globais, no Brasil, a adoção dessa tecnologia pelas firmas ainda engatinha. Apenas 21% das organizações utilizam a IA em suas rotinas, conforme revela a pesquisa Panorama de Gestão Fiscal e Financeira 2025, realizada pela Qive em parceria com a Endeavor.
Além disso, entre as companhias que não utilizam a tecnologia, um quarto afirmou não ter intenção de adotá-la no futuro próximo. Para a diretora de Vendas para Grandes Contas na Qive, Adriana Karpovicz, ainda existe uma resistência com a ferramenta, especialmente nas áreas fiscal e financeira.
“Muitos ainda veem a IA como uma ameaça, quando na verdade é uma aliada na busca por previsibilidade, segurança e eficiência.”
Já entre as firmas que adotam a IA, 77% utilizam a tecnologia principalmente para análise de dados e geração de relatórios. Segundo o estudo, os principais ganhos relatados estão ligados à precisão nas análises e à eficiência de tempo, fatores importantes para otimizar processos e reduzir custos.
Atividades manuais e profissionais de tecnologia
Ainda assim, uma parcela significativa das firmas (48%) enfrenta um paradoxo: grande parte de seu tempo é consumida por atividades manuais que poderiam ser facilmente automatizadas. Relatórios, entrada de documentos, cadastro de fornecedores e produtos, além de registros de pagamentos, estão entre as tarefas que poderiam ser substituídas por sistemas de gestão firmarial.
A pesquisa também destacou o papel dos profissionais de tecnologia na construção de uma base sólida para a adoção de ferramentas avançadas. Quase metade dos negócios ouvidos (45%) conta com equipes internas de TI, sendo que esse número varia de acordo com o porte da firma: 15% nas microfirmas, 51% nas médias e 70% nas grandes.
“A crescente demanda por profissionais de TI reflete a necessidade das firmas de fortalecerem suas infraestruturas. Isso é fundamental para decisões estratégicas e um crescimento sustentável”, analisa Karpovicz.
Capacitação e investimento
A pesquisa mostrou que 43% das firmas investem em treinamentos regulares para capacitar suas equipes no uso de novas tecnologias e processos fiscais e monetários. Essa prática é recomendada para aumentar a maturidade organizacional e promover uma cultura de inovação.
“O conhecimento do funcionário é um fator determinante para a evolução das firmas. Investir em treinamentos e capacitação permite que as companhias antecipem problemas, otimizem processos e se posicionem de forma competitiva no mercado”, destaca a executiva da Qive.
Quando questionadas sobre prioridades para os próximos 12 meses, as companhias indicaram o investimento em ferramentas tecnológicas e conhecimento (28%) como a principal meta, especialmente entre as grandes companhias (32%).
Outras prioridades incluíram o aprimoramento de planejamento e estratégia (27%), desenvolvimento de habilidades técnicas (20%) e aumento da capacidade de análise de dados (14%).
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Autor: Janize Colaço