Mulheres impulsionam o e-commerce no Brasil; maior oferta de moda e beleza ajuda
O comércio eletrônico continua avançando a passos largos no Brasil. Só no último ano o crescimento chegou a 10,5% em relação a 2023, atingindo um faturamento de R$ 204,3 bilhões, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). E as mulheres tiveram um papel importante nesse crescimento, disparando na liderança das compras online, respondendo por cerca de 60% das aquisições.
Rodrigo Bandeira, vice-presidente da ABComm, atribui essa liderança feminina ao aumento da oferta de produtos de moda e beleza, categorias que se expandiram significativamente no ambiente digital nos últimos anos.
“Há uma década, o perfil de consumo online era majoritariamente masculino, com foco em artigos de informática”, afirma.
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A maioria dos compradores, conforme o levantamento, tem em torno de 35 a 44 anos (35% do total). A classe C se destacou como a faixa econômica que mais fez compras virtuais (54%), refletindo o crescente acesso à tecnologia e à inclusão financeira.
A região Sudeste também se consolidou na liderança, como a mais ativa em transações digitais, respondendo por 55,8% das compras, sendo que o estado de São Paulo ficou no topo da lista em volume de vendas, se destacando como o local onde há mais compradores online, com 33,29% do total.
Na palma da mão
A facilidade dos dispositivos móveis colocou na palma da mão dos consumidores uma importante ferramenta de compra, respondendo por 55,5% das compras, de acordo com o levantamento da ABComm.
Bandeira acredita que a facilidade das transações via celular ajudou a tornar a compra por impulso mais comum. “O smartphone potencializou a navegação, além disso as pessoas fazem tudo pelo celular e até o meio de pagamento também está no celular”, disse ele, acrescentando que a única coisa que depõe contra isso é que muitas vezes os lojistas ainda não se adaptaram totalmente ao formato do smartphone.
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O vice-presidente da ABComm faz um alerta, porém, sobre essas compras, cuja maioria é originada nas redes sociais, através de propagandas em larga escala. “Muitas vezes essas propagandas são enganosas e, no celular, a pessoa não consegue visualizar tudo que está naquele anúncio e acabam caindo mais facilmente em golpes”.
Ranking de vendas
Entre os produtos mais vendidos o destaque fica por conta dos eletrodomésticos, que ficaram no topo da lista das compras online com 19,65%. Em seguida vem a telefonia, respondendo por 13,1% das aquisições virtuais.
No total, o setor de e-commerce registrou 414,9 milhões de pedidos, com um ticket médio que chega a R$ 492,40. Já o número de compradores online alcançou 91,3 milhões.
Perspectivas para 2025
Com o fortalecimento do e-commerce e a crescente confiança dos consumidores no ambiente online, a ABComm já prevê um crescimento de 15% no faturamento para 2025, atingindo a marca de R$ 234,9 bilhões.
Já o ticket médio deverá alcançar R$ 539,28, enquanto o volume de pedidos pode atingir 435,6 milhões, impulsionado por 94,05 milhões de compradores.
Segundo a associação, o lançamento do Drex, o real digital desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, e a ampliação das opções de pagamento digital contribuirão para o crescimento ainda mais robusto.
“A transformação digital é irreversível. O e-commerce segue evoluindo com inovação, novas tecnologias e uma experiência de compra cada vez mais personalizada. O crescimento consistente do setor fortalece o varejo como um todo e amplia as oportunidades para pequenos e grandes negócios”, afirma Mauricio Salvador, presidente da ABComm.
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Autor: Anna França