UBS BB revisa setor de consumo, corta GPA e Hypera e destaca suas 3 ações preferidas
Após uma rápida deterioração após os anúncios fiscais de novembro e o aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro, em meio à elevação das expectativas de inflação e à depreciação do real, o UBS BB ressaltou sua preferência por líderes do setor de varejo e consumo, como SmartFit (SMFT3), Grupo Mateus (GMAT3) e C&A (CEAB3). Por outro lado, os analistas do banco rebaixaram o GPA (PCAR3) de neutra para venda e Hypera (HYPE3) de compra para neutra.
Para o banco, firmas com histórico sólido de expansão devem manter um rápido crescimento, com previsão de aumento de espaço de vendas, enquanto outros varejistas expandem de forma mais cautelosa.
Em particular, analistas acreditam que o potencial de crescimento composto da Smart Fit (33% CAGR, ou Taxa de Crescimento Anual Composta, de lucro por ação) e seu modelo de negócios resiliente ainda são subestimados pelo mercado.
Com isso, o banco reiterou recomendação de compra para a ação da Smart Fit, com preço-alvo de R$ 24, uma vez que a rede de academias possui vantagens competitivas significativas que permitirão ampliar sua participação na América Latina.
Grupo Mateus (GMAT3)
O UBS BB destacou sua preferencia pelo Grupo Mateus devido à resiliência, competição limitada em seus estados principais e sólido potencial de crescimento (CAGR de lucro por ação estimado em 17% para 2024 a 2028).
Apesar de esperar uma desaceleração na receita no 4º trimestre, o banco acredita que a firma conseguirá expandir margens e melhorar os termos de capital de giro no médio prazo.
O banco manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 8.
C&A (CEAB3)
O UBS BB reiterou classificação de compra para C&A e preço-alvo de R$ 12,50, pois considera a ação como uma opção de maior beta/maior retorno.
Apesar da exposição macroeconômica significativa, as ações podem ter sido excessivamente penalizadas, caindo mais de 30% desde o final de novembro.
Embora projete um sólido impulso de vendas no curto prazo, juntamente com melhoria de margens, as perspectivas de desaceleração do consumo privado e condições de crédito adversas reduzem as expectativas de lucro em 22%.
No longo prazo, o banco espera que C&A tem múltiplas alavancas para melhorar a produtividade das lojas. As ações são negociadas a 8,4 vezes e 7,2 vezes P/L (preço sobre lucro) estimado para 2025 e 26 (um desconto de -16% em relação à mediana do setor e -7% em relação à Lojas Renner).
Vivara (VIVA3)
O UBS BB reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 26, uma vez que a Vivara possui um negócio sólido, com resultados consistentes (embora em desaceleração no curto prazo).
“Preocupações sobre a desaceleração de receita no 4º trimestre, repasse de preços e níveis elevados de inventário têm causado apreensão entre os investidores, somadas a preocupações com governança”, apontam analistas.
Lojas Renner (LREN3)
O UBS BB manteve recomendação de compra para Lojas Renner com preço-alvo de R$ 16, pois a firma é líder no setor de vestuário e conta com a maior posição líquida de caixa no setor, além de viver um bom momento no curto prazo.
Analistas acreditam que a Lojas Renner também pode se beneficiar dos investimentos em seu centro de distribuição de última geração em São Paulo. No entanto, a exposição macroeconômica apresenta riscos para as vendas e operações de crédito.
Grupo SBF (SBFG3)
Com valuations mais baixos, negociando a 6,6 vezes e 5,6 vezes P/L estimado para 2025 e 2026 e no caminho para continuar a desalavancagem, o UBS reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 14,50.
Por outro lado, alta exposição ao dólar e as perspectivas limitadas de crescimento são preocupações para equipe de análise do banco.
Assaí (ASAI3)
O banco manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 9,50, devido ao rendimento de fluxo de caixa projetado de 13% em 2025. No entanto, o Assaí é uma das firmas com maior alavancagem, enfrentando um ambiente competitivo intenso.
“Um cenário de moderação mais rápida das taxas de juros seria especialmente favorável para o ASAI”, comenta o UBS BB.
Azzas (AZZA3)
Marcas fortes e posicionamento premium oferecem poder de precificação para Azzas (AZZA3). Os riscos incluem a exposição da Hering (20% das vendas) a uma possível desaceleração macroeconômica, integração complexa de M&A, risco de pessoas-chave, aumento da intensidade de capital e perda de incentivos fiscais.
O UBS BB manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 42.
Hypera (HYPE3)
Após a normalização do capital de giro, as ações da Hypera parecem altamente descontadas, negociando a 6,1 vezes P/L estimado para 2026 (7,9x excluindo o benefício fiscal do ICMS).
No entanto, a deterioração de receitas, alta exposição ao dólar e elevada alavancagem apresentam catalisadores negativos no curto prazo. Com isso, o banco rebaixou classificação para neutra e preço-alvo de R$ 21.
RD (RADL3)
Apesar de RD ser uma firma de alta qualidade com perfil defensivo, com o valuation premium de 27 vezes e 20 vezes P/L estimado para 2025/26, o UBS BB reiterou recomendação neutra e preço-alvo de R$ 25.
Embora limites regulatórios de preços do CMED e a inflação crescente possam restringir a expansão de margens.
Carrefour (CRFB3)
O UBS BB manteve classificação neutra para o varejista e preço-alvo de R$ 6,50, devido a aceleração da inflação de alimentos e a proposta de valor acessível do Atacadão podem sustentar as vendas, embora o cenário competitivo e as altas provisões apresentem riscos negativos.
Petz (PETZ3)
Embora o crescimento da receita tenha melhorado no 2º semestre de 2024, a fusão com a Cobasi deve criar o maior varejista de pets do Brasil e trazer uma abordagem de expansão mais racional no setor.
No entanto, a PETZ é negociada com um prêmio significativo em relação ao restante da nossa cobertura, a 27x/17x P/L. Uma possível desaceleração do consumo privado pode trazer riscos negativos no futuro. Com isso, o banco reiterou classificação neutra e preço-alvo de R$ 5,25.
Magalu (MGLU3)
O UBS manteve classificação neutra e preço-alvo de R$ 7,50, pois o Magalu tem exposição significativa às taxas de juros e à possível desaceleração do consumo privado.
As ações estão sendo negociadas a 31 vezes/10 vezes P/L estimado para 2025 e 2026. No entanto, a normalização das taxas de juros e a melhoria de margens podem trazer um significativo aumento de lucros no longo prazo.
GPA (PCAR3)
Embora as margens tenham melhorado, os altos custos de financiamento e passivos herdados devem resultar em consumo de FCF (fluxo de caixa livre) de mais de R$ 500 milhões em 2025, o que levou o banco a manter recomendação neutra e preço-alvo de R$ 2,50.
O banco projeta que o fluxo de caixa da firma apenas em 2028. Atualmente, as ações são negociadas a um EV/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) pós-IFRS 16 de 6,5 vezes e 5,9 vezes. Dessa forma, o banco rebaixou a recomendação para venda e possui preço-alvo de R$ 2,50.
The post UBS BB revisa setor de consumo, corta GPA e Hypera e destaca suas 3 ações preferidas appeared first on InfoMoney.
O que achou dessa notícia? Deixe um comentário abaixo e/ou compartilhe em suas redes sociais. Assim deixaremos mais pessoas por dentro do mundo das finanças, economia e investimentos!
Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original
Autor: Felipe Moreira