Morgan reitera compra para RD (RADL3) apesar de notícias negativas e ruídos no setor
O Morgan Stanley reiterou recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para RD (RADL3) e preço-alvo de R$ 30, mesmo diante de notícias negativas e ruídos no setor farmacêutico. Às 11h13, a ação da companhia subia 1,06%, cotada a R$ 20,92.
A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) divulgou ontem seu fator de produtividade (X), impactando negativamente os ajustes máximos de preços em abril em menos 2,459%. O banco avalia que o anúncio do fator X é negativo e pode prejudicar os ganhos de margem da companhia.
Segundo o Morgan, o anúncio foi uma surpresa, já que, nos últimos três anos, o fator X foi 0, com base na conclusão do regulador de que a indústria estava perdendo (e não ganhando) produtividade. Assim, os ajustes CMED nos últimos anos ficaram bastante alinhados com a inflação.
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Na visão dos analistas, o ajuste de preços deste ano provavelmente ficará abaixo da inflação acumulada nos últimos 12 meses até fevereiro de 2025
Analistas explicam que o fator X anunciado para este ano afeta diretamente o reajuste de preços da maioria dos medicamentos. Em teoria, o efeito pode ser mitigado pelo fator Z, que permite fator produtividade=0 para classes terapêuticas mais comoditizadas (ATCs), ou fator produtividade=50% do fator X para classes de comoditização intermediária. No entanto, em 2024, 59% das ATCs foram classificadas como menos comoditizadas pela CMED, concentrando receitas significativas.
Para varejistas farmacêuticos (como a RADL), esse fator limita os potenciais ganhos durante o “pré-alta” (período antes do aumento de preços), quando os produtos são adquiridos a preços mais baixos em março e vendidos após o ajuste em abril.
Além disso, segundo o Morgan, considerando que outras despesas dos varejistas tendem a acompanhar a inflação, o menor aumento de preços pode comprometer os ganhos de margem esperados ao longo do ano.
Embora a cadeia de valor farmacêutica opere, geralmente, com preços abaixo do máximo permitido, os ajustes da CMED tendem a influenciar os preços líquidos.
Por outro lado, analistas pontuam que surpresas positivas pode ser vista, se o fator Y, que provavelmente será divulgado nas próximas semanas (com base no padrão dos anos anteriores), contribuir positivamente para o cálculo do reajuste de preços.
Esse fator tem apoiado ajustes em anos de forte desvalorização cambial. O cálculo do fator Y visa compensar os custos de câmbio e de utilidades, com base em como eles impactam a indústria farmacêutica mais do que outros setores (e, portanto, não estão embutidos no componente de inflação do ajuste de preços).
Supermercados
Diferentemente do fator X, o banco vê as notícias sobre vendas de medicamentos em supermercados como apenas ruído, já que alterações regulatórias para permitir a venda de medicamentos OTC em supermercados são improváveis.
O Morgan explica que se a venda de medicamentos em supermercados for permitida, a regulamentação atual exigiria a presença de um farmacêutico, além de outros requisitos sanitários.
Além disso, o banco destaca que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) parece preocupada com sua capacidade de fiscalizar supermercados, o que pode levar à oposição a essa proposta e o Ministério da Saúde já se posicionou contrário a permissão.
Por fim, o Morgan avalia que essa potencial mudança regulatória teria impacto mínimo na percepção da população sobre o custo de alimentos, tornando essa medida injustificada.
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Autor: Felipe Moreira