Petrobras (PETR4): como os analistas viram os dados de produção do 4T da estatal?
A Petrobras (PETR4; PETR3) divulgou na noite da última segunda-feira (3) seu relatório de produção e vendas para o quarto trimestre de 2024 (4T24), com destaque para o declínio sequencial da produção de petróleo, atingindo 2,1 milhões de barris diários (boed), uma redução de 1,8% na base trimestral e 11,5% na comparação ano a ano. Às 10h34, a ação preferencial da estatal caía 1,04%, a R$ 37,11, enquanto a ação ordinária recuava 1,19%, a R$ 40,65.
O UBS BB classificou os resultados operacionais como fracos devido a uma manutenção maior do que o esperado no segmento upstream (exploração e produção). “No entanto, isso não deve ser uma grande surpresa, já que os dados haviam sido divulgados pela ANP e o desempenho de 2024 ficou dentro da faixa de projeção da firma”, comenta o banco.
Olhando para 2025, as paradas de produção e as taxas de FPSOs (plataformas) continuam entre as principais preocupações do banco, pois atualmente projeta um crescimento anual de 200 mil boed (em linha com o guidance).
A equipe de análise do UBS BB afirma que a Petrobras continua entre suas principais escolhas no setor, devido à sua resiliência em fluxo de caixa livre (FCF) e à racionalidade na alocação de capital, o que sustenta a expectativa de um dividend yield (dividendo em relação ao valor de ação) de 16% no ano, com exposição limitada a desafios macroeconômicos domésticos.
O UBS BB reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 51.
Segundo a XP, esse declínio da produção foi, de certa forma, antecipado com base nos dados da ANP.
A XP prevê um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de cerca de US$ 10,5 bilhões, o que representa um recuo de 10% na base trimestral e 30% na base anual, impulsionado por (i) menor produção; (ii) menor preço do Brent de US$ 74,7; e (iii) preços de derivados marginalmente menores em termos de dólar devido à depreciação do real.
Em função do menor Ebitda , a XP projeta lucro líquido de US$ 800 milhões, afetado pelo efeito de perdas cambiais. De acordo com a política de dividendos da estatal, analistas projetam dividendos ordinários de cerca de US$ 3 bilhões, rendendo cerca de 3,4% trimestralmente.
O Itaú BBA, por sua vez, prevê resultados razoáveis principalmente devido aos preços mais fracos do petróleo e volumes menores no 4T24.
Dessa forma, o banco espera que os investidores se concentrem na execução de capex e dividendos. As estiamtivas são de um gasto de capex de US$ 3,3 bilhões e um EBITDA de US$ 10,0 bilhões, levando a um dividendo ordinário de US$ 2,6 bilhões, rendimento de 3,2%.
O Itaú BBA manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 49.
A equipe de análise do JPMorgan avalia que a produção upstream (exploração e produção) veio em linha, enquanto as vendas downstream (refino) ficaram ligeiramente abaixo do esperado.
Para o banco americano, o destaque foi a gasolina, com um aumento de 9,1% na base trimestral e 6,4% acima de suas previsões, impulsionado pelo maior movimento de veículos durante a temporada de feriados.
Por outro lado, as vendas de diesel ficaram 6,2% abaixo das projeções do JPMorgan, enquanto o segmento de Gás & Energia registrou uma queda nas vendas devido à redução da demanda térmica.
O JPMorgan reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 49,50.
Já o Bradesco BBI atribui a queda da produção no trimestre às paradas de manutenção, que compensaram o aumento da produção em novas FPSOs.
Em termos de resultados para o 4T24, o BBI projeta Ebitda de US$ 10 bilhões a US$ 10,5 bilhões, lucro líquido entre US$ 2 e US$ 2,5 bilhões e um pagamento de dividendos de cerca de US$ 2 bilhões.
O BBI também manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 53.
O Morgan Stanley projeta o pagamento de dividendos base de R$ 1,10 por ação (US$ 0,38 por ADR), um rendimento de 2,6%. Já a previsão de FCF é de US$ 4,9 bilhões antes dos arrendamentos e US$ 3,0 bilhões após os arrendamentos.
O Morgan reiterou recomendação de compra e preço-alvo de US$ 19,50 por ADR.
O BTG Pactual reforçou sua visão positiva para a Petrobras em 2025 após os dados operacionais. “Na parte operacional, a produção foi um tanto quanto fraca em 2024, mas há razões sólidas para esperar crescimento em breve”, pontua.
Por outro lado, o BTG comenta que já observou assimetrias positivas em relação às as estimativas, impulsionadas por melhores preços do petróleo e câmbio. Além disso, segundo analistas, o recente aumento nos preços do diesel pela Petrobras sugere que os preços dos combustíveis no mercado interno não se afastarão muito do preço de paridade internacional, sustentando nossa estimativa conservadora de dividend yield de 12% para este ano (ou 14% com dividendos extraordinários).
O BTG manteve recomedação de compra e preço-alvo de R$ 58.
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Autor: Felipe Moreira