Santander (SANB11): receitas impulsionam lucro em 75%, para R$ 3,85 bilhões no balanço do 4° tri 2024
O Santander (SANB11) reportou lucro líquido gerencial de R$ 3,85 bilhões no quarto trimestre de 2024, alta de 74,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o resultado foi 5,2% maior, mostra documento enviado ao mercado nesta quarta-feira (5). O número ficou levemente acima da expectativa da XP Investimentos, que esperava um lucro líquido de R$ 3,7 bilhões.
De acordo com o banco, o lucro o é fruto de um crescimento nas receitas, tanto na concessão de crédito quanto na prestação de serviços. Houve ainda queda nas provisões contra a inadimplência, com os índices de atraso acima de 90 dias em 3,2%, 0,1 ponto porcentual acima do mesmo período do ano anterior. A rentabilidade do Santander, medida pelo Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE), atingiu 17,6% no quarto trimestre de 2024, alta de 5,3 pontos porcentuais na comparação com o mesmo período do ano passado.
A margem financeira bruta, que reflete os ganhos com operações que rendem juros, foi de R$ 15,978 bilhões, alta de 16% em um ano. A maior parte correspondeu às margens com clientes, que somaram R$ 15,780 bilhões no trimestre, crescimento de 13,7% no comparativo anual. Nesta linha, estão contabilizados os resultados com operações de crédito. Esse foi um dos principais propulsores do lucro do Santander
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A margem com mercado foi de R$ 198 milhões, revertendo perda de R$ 102 milhões registrada no quarto trimestre de 2023. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, houve baixa de 39,1%. As receitas com serviços aumentaram 10,1% em 12 meses, para R$ 5,515 bilhões, graças ao maior uso dos cartões do conglomerado e também a taxas associadas a operações de crédito
As Provisões contra Devedores Duvidosos (PDD), dinheiro que serve para cobrir os calotes dos clientes, somaram R$ 5,932 bilhões no quarto trimestre de 2024, volume 13,2% menor que o do mesmo intervalo de 2023. Em relação ao terceiro trimestre de 2024, houve alta de 0,8%. O Santander atribui a maior parte da queda anual à base de comparação: no quarto trimestre de 2023, o banco fez provisões para um cliente específico do atacado, que não é mencionado nominalmente. Sem este efeito, a queda nas provisões teria sido de 2,7%.
“Balanço mais sólido”, avalia Santander
A carteira de crédito do Santander somava R$ 682,693 bilhões em dezembro de 2024, crescimento de 6,2% no intervalo de um ano puxado por linhas como as de financiamento ao consumo, em que o Santander tradicionalmente é forte.
“Ao longo dos últimos três anos, evoluímos na construção de um balanço mais sólido, com maior previsibilidade e rentabilidade sustentável”, disse em nota o presidente do banco, Mario Leão. Ele destacou ainda os avanços na transformação digital do conglomerado. “Temos uma visão consistente, de longo prazo, e uma estratégia clara para crescer e apoiar nossos clientes em qualquer tipo de cenário.”
O volume de ativos chegou a R$ 1,335 trilhão, alta de 15,8% em um ano. O patrimônio líquido, por sua vez, aumentou 5,4% no mesmo período, para R$ 90,744 bilhões. O retorno sobre o patrimônio líquido do Santander avançou 5,3 pontos porcentuais em um ano, para 17,6%.
Nova norma contábil deve aumentar o provisionamento do Santander
O Santander estima que a adoção das regras da resolução 4.966/2021 do Conselho Monetário Nacional (CMN) elevará o saldo de provisões contra a inadimplência em aproximadamente R$ 4,362 bilhões, ou 11% do saldo de provisões existente em 31 de dezembro do ano passado. O efeito inicial da adoção do novo padrão sobre o patrimônio líquido do banco é de R$ 2,521 bilhões, após os efeitos tributários. Com a mudança, o impacto inicial sobre os índices de capital do banco é de 0,14 ponto porcentual.
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A resolução 4.966 faz parte do arcabouço de regras contábeis que os bancos brasileiros passarão a adotar neste ano, com a implementação do IFRS 9 para o setor. Quanto às provisões, a nova norma estabelece que passem a ser feitas de acordo com a expectativa de perda, e não com os atrasos já incorridos, como determinava a norma anterior.
Embora a mudança entre em vigor neste ano, o CMN e o Banco Central (BC) permitirão aos bancos que calculem de forma gradual os impactos sobre os índices de capital entre 2025 e 2028. Na prática, poderão deduzir o impacto dos índices de capital de forma gradual, adicionando um quarto a cada ano.
O Santander (SANB11) também destaca, no balanço referente ao ano de 2024, que a 4.966 cria regras para o uso dos créditos fiscais decorrentes de perdas de crédito. Os créditos ainda não utilizados poderão ser aplicados nos balanços em períodos que variam de 7 a 10 anos. Essa dedução se iniciará em janeiro do ano que vem.
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Autor: Bruno Andrade