Os preços do café arábica atingiram um novo recorde pela décima primeira sessão consecutiva nesta quinta-feira, desta vez chegando a US$4,11 por libra-peso, à medida que os temores com relação ao suprimento e o nervosismo dos traders também aumentam com a ameaça de tarifas comerciais.
Os futuros do café arábica na bolsa de valores ICE, considerada uma referência global de preços, atingiram US$4,1125 por libra-peso mais cedo, seu nível mais alto de todos os tempos. Eles fecharam em alta de 1,6%, a US$4,0395 por libra-peso.
Os ganhos do ano já ultrapassaram 25%, após o aumento de 70% do ano passado.
Os negociantes citaram os temores contínuos sobre a perspectiva de redução da oferta nos principais produtores, Brasil e Vietnã, juntamente com a preocupação de que o governo Trump possa impor tarifas comerciais aos principais produtores de café da América do Sul.
Essa ameaça de que o café poderá ter de ser redirecionado em função das tarifas ocorre em meio a um cenário logístico já difícil.
“No mercado atual, ‘café spot é ouro, afloat é prata e FOB (free-on-board) é chumbo’”, disse Tomas Araujo, corretor de café da StoneX.
No entanto, os preços altos estão começando a atrair os estoques de café para a bolsa ICE.
Dados da ICE mostram que o número de sacas pendentes de classificação aumentou em 130.156 nas últimas cinco sessões.
O café robusta, uma variedade geralmente mais barata e usada para fazer café instantâneo e “blend”, teve pouca alteração, a US$5.646 a tonelada métrica. Ele atingiu US$5.840 na semana passada, o preço mais alto desde que o contrato começou a ser negociado em 2008.
As exportações de café do Vietnã, maior produtor de robusta, caíram 41,1% em janeiro, em relação ao ano anterior, segundo dados do governo. Isso se segue a um declínio de 17,2% no ano passado.
Os comerciantes disseram que os agricultores do Vietnã estão ansiosos para vender após os feriados do Ano Novo Lunar, mas, de acordo com a Bolsa Mercantil do Vietnã, os suprimentos continuam apertados em relação à demanda.
Em outras commodities, os futuros do cacau em Nova York fecharam em queda de US$390, ou 3,7%, para US$10.127 por tonelada, tendo atingido anteriormente uma mínima de um mês de US$ 9.911, enquanto o cacau em Londres caiu 3,1% para 8.139 libras por tonelada, tendo também atingido uma baixa de um mês anteriormente.
Os contratos futuros do açúcar bruto caíram 0,19 centavo, ou 1%, a 19,57 centavos de dólar por libra-peso, tendo atingido anteriormente uma máxima de 1 mês e meio de 20,19 centavos, enquanto o açúcar branco caiu 1,1%, para US$ 522,40 por tonelada.
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Autor: Gabriel
