Dólar vira para queda em meio a ajustes e cautela com conflito comercial EUA-China
O dólar à vista opera com baixa ante real nesta quinta-feira (6), após abertura positiva, quando chegou a romper a barreira dos R$ 5,80, à medida que os investidores aguardam novos dados de emprego nos Estados Unidos e mais notícias sobre o conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Dólar Hoje: Confira a cotação e fechamento diário do dólar comercial
Para Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, a alta do dólar veio em linha com o fortalecimento da moeda no exterior, e agora o movimento parece ser mais de correção e realização de lucros, sem um fator específico.
O analistas pontua que sem indicadores domésticos relevantes, foco acaba sendo mais voltado para falas recentes de autoridades, incluindo Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e do presidente Lula.
Qual é a cotação do dólar hoje?
Às 11h55, o dólar à vista subia 0,36%, aos R$ 5,773 na compra e na venda. Na B3 o dólar para março — atualmente o mais líquido no mercado brasileiro — subia 0,30%, aos 5.839 pontos.
Na quarta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,37%, a R$ 5,7935, no primeiro avanço diário desde 17 de janeiro.
O Banco Central fará nesta sessão um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 5 de março de 2025.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,773
- Venda: R$ 5,773
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,84
- Venda: R$ 6,02
O que aconteceu com dólar hoje?
Lá fora, a libra acelerou a queda ante o dólar, após o Banco da Inglaterra (BoE) dar sequência, pela terceira reunião seguida, ao ciclo de flexibilização monetária e cortar a taxa de juros em 25 pontos-base, a 4,5%.
O euro cede também sob ameaças do governo americano de que a União Europeia deveria ser o próximo alvo das tarifas comerciais. Um eventual acordo tarifário entre EUA e China ainda não se concretizou e há expectativas de que as retaliações chinesas às tarifas de Trump comecem a valer em 10 de fevereiro.
Investidores locais podem estar reagindo também à entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a rádios da Bahia, na manhã desta quinta-feira. O presidente disse ter certeza de que o Congresso vai aprovar o projeto que aumenta a faixa de isenção do Imposto de Renda para isentar do IR as pessoas que ganham até R$ 5 mil. Lula reforçou que o Ministério da Fazenda e a Receita Federal elaboraram uma medida que compense a renúncia de receita com o aumento da faixa de isenção e que essa conta recairá “nas pessoas mais ricas”. Segundo ele, o objetivo é fazer “justiça social”. “Uma pessoa que ganha acima de R$ 50 mil ou R$ 100 mil tem a obrigação de pagar para que as pessoas que ganham menos não paguem”, declarou.
O chefe do Executivo voltou a criticar também a antiga gestão do Banco Central, de Roberto Campos Neto, que, segundo o presidente “deixou uma arapuca” na autoridade monetária com novos aumentos da taxa de juros já previstos para este ano. A gente não pode dar um cavalo de pau em um navio do tamanho do Brasil”, disse Lula, poupando o novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, de qualquer crítica.
Lula reafirmou que a inflação nos seus dois primeiros anos de governo foi menor que no governo de Jair Bolsonaro, seja nos primeiros dois anos ou nos dois últimos. Defendeu, ainda, que o preço dos alimentos sejam reduzidos.
“Na medida em que a gente aumenta o salário mínimo acima da inflação, aumenta a massa salarial, precisamos compensar com uma redução do preço dos alimentos. Se comparar a inflação dos últimos dois anos, de 7,6%, e com os dois primeiros anos do Bolsonaro, de 27,4%. Nos últimos dois anos do Bolsonaro, foi 22%. Nós estamos trabalhando, conversando com empresários, usando a competência da Fazenda, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário”, declarou.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por sua vez, afirmou em entrevista à Globonews que a alíquota média do IVA será de 22% e disse que o presidente Lula pretende chamar a Advocacia-Geral da União (AGU) para verificar se há qualquer tipo de inconstitucionalidade na reforma dos impostos cobrados sobre a renda. Haddad reforçou seu compromisso de permanecer no cargo até o fim do mandato de Lula. Ele afirmou que a peça orçamentária não terá dificuldades para ser aprovada pelo Congresso, que a ‘bola’ dos supersalários está com o Senado e que não pretende ser candidato à Presidência em 2026.
(Com Estadão)
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Autor: Felipe Moreira