Ibovespa hoje: alívio nas tarifas de Trump e commodities são insuficientes para animar o índice; entenda o que pressiona
O Ibovespa hoje abriu em estabilidade, em leve alta de 0,02%, aos 125.558 pontos, nesta quinta-feira (6). O mercado acompanha as decisões de juros dos bancos centrais da Inglaterra e do México, em meio ao alívio da pressão comercial dos EUA. Por aqui, balanços ficam em destaque – confira aqui os principais assuntos do dia.
A possibilidade de um acordo entre Donald Trump e Xi Jinping antes das tarifas chinesas entrarem em vigor, em 10 de fevereiro, traz certo alívio nas preocupações entre EUA e China. Com isso, as bolsas de valores internacionais direcionam suas atenções a resultados corporativos.
Entretanto, a falta de tração dos índices futuros de ações em Nova York pode limitar ou mesmo impedir o principal índice da B3 hoje de subir, mesmo com os ganhos nas commodities. Na véspera, o índice conseguiu subiu 0,31%, aos 125.534,07 pontos, após três fechamentos em baixa.
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Na quarta-feira (5), o dólar deixou para trás 12 pregões em queda com fechamento em alta. Já nesta quinta-feira, a moeda americana abriu em alta de 0,14%, a R$ 5,8024. A valorização externa da divisa americana tende a guiar a abertura do mercado de câmbio, embora os ganhos das commodities possam limitar os ajustes e apoiar o real.
- Confira em tempo real o câmbio e as notícias sobre as principais moedas internacionais neste link
Nos juros futuros, a sessão pode ser de oscilações limitadas em dia de agenda mais fraca no Brasil. O avanço dos retornos dos Treasuries (títulos da dívida americana) e do dólar ante a maioria das moedas emergentes pode indicar um viés positivo na curva de juros.
Na agenda doméstica, a entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a rádios da Bahia fica no radar, após ele comentar sobre mais medidas sobre crédito e mencionar o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil (veja detalhes abaixo).
Assuntos que movimentam o Ibovespa hoje
Bolsas internacionais reagem a decisões de juros
Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em alta, sinalizando continuidade dos ganhos após alívio nas preocupações com tarifas do governo Trump. Espera-se um possível acordo entre Trump e Xi Jinping antes das tarifas chinesas entrarem em vigor em 10 de fevereiro.
As bolsas europeias reagem positivamente a bons resultados corporativos, como o do Société Générale, e dados fortes de encomendas à indústria alemã. A queda do euro e da libra é impulsionada por apostas em corte de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE) e pelos planos de Trump de tarifar a União Europeia.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida americana) e o dólar se recuperam, aguardando dados econômicos dos EUA, declarações do Fed e balanços.
O iene enfraqueceu após três sessões de alta, com expectativa de elevação de juros no Japão. Um membro do Banco do Japão (BoJ) sugeriu a necessidade de aumentar as taxas para cerca de 1% no segundo semestre de 2025.
Decisões de juros
O Banco da Inglaterra (BoE) reduziu sua taxa básica de juros em 25 pontos-base, a 4,50%, após concluir reunião de política monetária nesta quinta-feira.
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A decisão, que veio em linha com a expectativa de analistas compilados pelo Broadcast, marcou o terceiro corte de juros pelo BoE desde agosto do ano passado, quando o BC britânico deu início a um ciclo de afrouxamento de sua política. A decisão de política monetária do México deve ser anunciada nesta quinta-feira, por volta das 16 horas.
Lucro do Itaú (ITUB4) salta 15% no quarto trimestre
O Itaú (ITUB4) teve lucro líquido gerencial de R$ 10,884 bilhões no quarto trimestre de 2024, um resultado 15,8% superior ao do mesmo período de 2023. Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, representa um crescimento de 2%.
O lucro do banco cresceu graças à expansão das margens e das receitas com serviços, associado à redução do custo do crédito, possível diante da queda da inadimplência. Veja o balanço completo nesta matéria.
- Leia mais: Itaú anuncia valor de dividendos e JCP; veja quem tem direito
Commodities ampliam ganhos
O petróleo opera em alta nesta quinta-feira, em recuperação às perdas da véspera, quando recuou mais de 2% em reação a um aumento bem maior do que o esperado nos estoques da commodity nos EUA. Por volta das 10 horas, o barril do tipo WTI subia 0,51%, e Brent avançava 0,43%.
Entre as commodities, o minério de ferro fechou em alta de 1,43%, cotado a 817,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 112,39 nos mercados de Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de firmas não americanas) da Vale (VALE3) avançavam 1,28% no pré-mercado de Nova York, às 10 horas (de Brasília). Enquanto isso, os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) mostravam estabilidade.
Commodities e balanços no radar do mercado brasileiro
O Índice Bovespa hoje pode hesitar diante da alta das commodities e de notícias corporativas locais. A valorização do petróleo pode beneficiar a Petrobras, mas o impacto pode ser reduzido pela decisão do TCU sobre sua política de preços. O setor bancário está no foco após o balanço do Itaú.
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A alta dos rendimentos dos Treasuries pode trazer cautela ao mercado de juros antes do leilão de títulos prefixados, que têm sido evitados pelo mercado. No câmbio, o dólar pode continuar subindo após interromper sequência de quedas no último fechamento.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a alíquota média do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) será de 22% e reforçou seu compromisso de permanecer no cargo até o fim do mandato de Lula. Ele afirmou que a peça orçamentária não terá dificuldades para ser aprovada pelo Congresso, que a ‘bola’ dos supersalários está com o Senado e que não pretende ser candidato à Presidência em 2026.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que nos próximos dias o governo federal irá anunciar mais medidas sobre crédito. Essa ideia pode gerar algum desconforto nos ativos, dada a promessa da equipe econômica de ajuste fiscal.
O presidente disse ainda a rádios da Bahia ter certeza de que o Congresso vai aprovar o projeto que aumenta a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. Ele também chamou o Banco Central sob comando de Roberto Campos Neto de “totalmente irresponsável”, ao tentar justificar a escalada recente do dólar ante o real.
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Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações do Broadcast
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original
Autor: Estadão Conteúdo