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Juros fecham em alta com receio fiscal doméstico e tarifas de Trump; saiba mais

Os juros futuros aceleraram o ritmo de alta nesta tarde, na medida em que o mercado embute o risco de que o governo faça um reajuste no Bolsa Família. Apuração do Broadcast, contudo, mostra que para a equipe econômica um reajuste no programa só traria mais ruído e pioraria a inflação.

O fortalecimento do dólar e o avanço nos rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida americana) também pesaram, em um cenário externo adverso após o presidente Donald Trump dizer que pretende anunciar tarifas recíprocas na próxima semana e o payroll mostrar atividade econômica ainda aquecida. No balanço semanal, a curva abriu, com taxas subindo até 22 pontos-base.

A taxa de depósito intermonetário (DI) para janeiro de 2026 subiu a 15,020%, de 14,955% do ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 avançou para 15,195%, de 15,025%, e o para janeiro de 2029 encerrou em alta a 14,900%, de 14,693% no ajuste de quinta-feira (6).

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O destaque desta tarde ficou para entrevista do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, que comentou à Deutsche Welle que o governo estuda uma mudança no valor do Bolsa Família por causa dos altos preços dos alimentos.

O head de alocação da W1 Capital, Victor Furtado, considera que a possibilidade de reajuste do Bolsa Família é contra o ideal do mercado, de que o governo corte gastos, e também aumenta o poder de compra, gerando a expectativa de inflação mais elevada. “Acho difícil tirarem do papel, mas, se tentarem de fato, o mercado vai voltar a cobrar via prêmios mais elevados nos juros”, acrescenta.

Integrantes da equipe econômica afirmaram ao Broadcast que a declaração de Dias de que o reajuste do Bolsa Família “está na mesa” do governo é apenas um ruído. Segundo os técnicos, além de não haver espaço orçamentário para um aumento no valor do benefício, a medida pioraria o cenário inflacionário. Parte do estresse nos DIs também foi atrelado ao cenário externo mais adverso, com fortalecimento do dólar globalmente – inclusive ante o real – e os juros dos Treasuries em alta denotando a aversão a risco.

À tarde, Trump afirmou que terá “tarifas recíprocas”, com previsão de que sejam anunciadas na segunda ou terça-feira da próxima semana. Com isso, volta-se o receio de maior inflação nos EUA e menor espaço para corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC americano).

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Pela manhã, o tão aguardo relatório de empregos (payroll) americano mostrou uma criação de vagas abaixo do esperado, mas queda na taxa de desemprego e aumento de salários acima do previsto. Para a Capital Economics, o payroll mostrou sinais “saudáveis” da economia do país e mantém o Fed afastado da retomada do ciclo de flexibilização monetária, o que pode trazer impactos ao juros futuros.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Estadão Conteúdo

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