Dois dias após a divulgação da pesquisa Datafolha que revelou a queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros mais próximos do chefe do Executivo foram convocados por ele para debater os motivos da crise e como revertê-la.
O encontro aconteceu na residência da granja do torto, no domingo (16).
Na ocasião, integrantes do governo apontaram medidas vindas do Ministério da Fazenda como parte principal do problema de popularidade, em especial a fake news sobre a taxação do Pix e o imposto sobre compras internacionais, popularmente conhecido como taxa da blusinha.
O encontro aconteceu sem a presença do titular da pasta, Fernando Haddad, que está em viagem pelo oriente médio nesta semana. O ministro viajou na sexta-feira (14) e estará de volta ao Brasil apenas na próxima quinta-feira (19).
Outro fator de incômodo registrado foi com a atuação do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Parte dos integrantes apontaram problemas na coordenação de ações do governo.
A pasta de Costa é responsável pelo planejamento e execução de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um dos carros-chefe do governo Lula.
Participaram da reunião os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Comunicação), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Camilo Santana, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT).
Segundo relatos feitos à reportagem, os auxiliares de Lula teriam apontado o desgaste com a “taxa da blusinha” em 2023 e a fiscalização do Pix em 2024, que tiveram forte repercussão popular, sobretudo nas redes sociais. Ambas as propostas foram propostas pela Receita Federal e aprovadas por Haddad.
Além dessas questões, a inflação dos alimentos, que constantemente tem aumentado, foi apontada como um terceiro fator de desgaste, mas que não está ligada à Fazenda.
O encontro também abordou falhas na comunicação do governo com relação à divulgação de suas ações, e o objetivo agora é focar na disseminação de informações sobre serviços para as pessoas.
Não é a primeira vez que Haddad é citado em reuniões de ministros com Lula.
Uma ala, especialmente ligada ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, têm conquistado “vitórias” sob o da equipe econômica, como a revogação da portaria do Pix, além do anúncio do pacote de cortes de gastos junto com o aumento da faixa de isenção do Imposto de renda para pessoas que ganham até R$ 5 mil – o que desgastou mais ainda a credibilidade do governo com os agentes de mercado.
Por outro lado, Lula tem acreditado em medidas econômicas para reconstruir a popularidade. Para além da isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil, tem o pé-de-meia, que paga um bônus em dinheiro para jovens no ensino médio e estudantes que escolhem magistério no vestibular, ampliação do Farmácia Popular e consignado privado.
A reportagem procurou o Ministério da Fazenda para comentar o caso. O espaço permanece aberto para manifestações.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Em reunião, ministros citam medidas da Fazenda como fator de desgaste no site CNN Brasil.
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Autor: giselefarias
