A Petrobras (PETR4) tem prejuízo de R$ 17,04 bilhões de forma líquida no quarto trimestre de 2024, revertendo lucro observado no trimestre anterior. Além disso, o número, divulgado na noite desta quarta-feira (26), veio abaixo do consenso LSEG, que era de R$ 29,9 bilhões.
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A companhia informou que o prejuízo reflete principalmente o impacto da desvalorização cambial, evento de natureza exclusivamente contábil, maiores provisões, sem efeito caixa, nas despesas operacionais, compensados parcialmente por menor IR/CSLL. Desconsiderando os eventos exclusivos, a Petrobras teria registrado o lucro de R$ 17,7 bilhões.
O diretor monetário e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo, citou a variação cambial como um dos motivos do impacto observado no balanço.
“São operações financeiras entre firmas do mesmo grupo, que geram efeitos opostos que ao final se equilibram economicamente. Isso porque a variação cambial nestas transações entra no resultado líquido da holding no Brasil e impactou negativamente o lucro de 2024. Ao mesmo tempo, houve impacto positivo direto no patrimônio”, disse.
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No apanhado anual, a companhia teve lucro de R$ 36,6 bilhões, com queda de 70,6% na comparação com 2023. O número acontece após a Petrobras registrar o segundo maior lucro líquido de sua história em 2023, de R$ 124,6 bilhões. O fluxo de caixa operacional, no ano, ficou em R$ 204 bilhões.
O comunicado cita também o reconhecimento de despesas financeiras associadas à adesão à Transação Tributária, apesar de positiva para a companhia ao encerrar disputas bilionárias. Na visão da gestão, tais disputas traziam incerteza para o caixa da companhia.
No ano de 2024, os investimentos totalizaram US$ 16,6 bilhões, com aumento de 31% na comparação com o ano anterior. O avanço se deu, principalmente, por maiores gastos em projetos do pré-sal, de acordo com o comunicado. A gestão cita investimentos, em especial, nos novos sistemas de produção do campo de Búzios e na Revitalização do Campo de Marlim. No trimestre, os investimentos subiram para 29% acima do trimestre anterior, em US$ 5,7 bilhões. O segmento de Exploração e Produção concentrou US$ 4,9 bilhões em investimentos no período.
Já no 4T24, a receita líquida da petroleira estatal foi de R$ 121,268 bilhões, queda de 9,7% no ano mas dentro do consenso. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado no trimestre ficou em R$ 40.968 bilhões, queda de 38,7% no ano.
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As despesas operacionais somaram R$ 43,081 milhões no 4T24, um crescimento de 31,9% em relação ao mesmo período de 2023.
O fluxo de caixa livre totalizou R$ 21.703 bilhões no trimestre, uma diminuição de 35,7% na base anual, no 4T24. Em 31 de dezembro de 2024, a dívida líquida da companhia era de US$ 52.240 bilhões, um crescimento de 16,9% na comparação com a mesma etapa de 2023.
A companhia reafirmou o guidance de gasto de capital (CAPEX, na sigla em inglês) para o exercício de 2025 em US$ 18,5 bilhões, com possibilidade de variação de 10% para mais ou para menos.
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Autor: camillebocanegra
