Com escolha de Gleisi, dólar sobe a R$5,91 e bolsa tomba

Por volta das 13h00 desta sexta-feira (28), quando Lula anunciou Gleisi Hoffmann para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência no lugar de Alexandre Padilha, a curva do Ibovespa despencou e o dólar disparou.
Neste horário, o principal índice da B3, estava em alta, marcando 124.362, mas, em seguida, iniciou uma trajetória de queda. Às 15h30 perdia quase 2 mil pontos, a 122.677 pontos.
O dólar seguiu na mesma esteira. A moeda norte americana abriu esta sexta-feira (28) sendo cotada a R$ 5,83, mas ganhou força frente ao real a partir do horário do anúncio do presidente.
Às 13h30 chegou aos R$5,89 e às 15h30 bateu os R$5,90. Ao fim do pregão, atingiu os R$5,91, uma alta de 1,50%, maior cotação de fechamento desde 24 de janeiro.
A semana foi desastrosa para o real, com o dólar acumulando alta de 3,25%. No mês a moeda norte-americana acumulou ganhos de 1,39%.

Como antecipou a Reuters, Lula havia voltado a considerar a deputada federal e presidente do PT para o cargo nos últimos dias, depois de ter sido aconselhado a não nomeá-la por aliados de diversos espectros políticos.
“A companheira e deputada federal Gleisi Hoffmann vai integrar o governo federal. Vem para somar na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, na interlocução do Executivo com o Legislativo e demais entes federados. O Alexandre Padilha assumirá o Ministério da Saúde. Bem-vinda e bom trabalho”, escreveu Lula em sua conta no X.
Defensora de posições mais à esquerda, especialmente na economia, Gleisi não tem uma boa relação com o centrão, hoje maior parte da base de Lula, e com quem terá que negociar as pautas do governo no Congresso.
A avaliação do presidente feita a auxiliares, no entanto, é que Gleisi teria condições no cargo de mostrar que não é uma “radical” e que pode ser uma boa negociadora.
Aliada do ministro da Casa Civil, Rui Costa, Gleisi é uma das pessoas próximas ao presidente que defende um governo mais à esquerda, e tem embates constantes, públicos e privados, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Inicialmente, Lula havia decidido colocar Gleisi na Secretaria-Geral da Presidência, para cumprir a promessa feita à aliada de que, quando completasse seu tempo frente à presidência do Partido, iria para o ministério. A deputada, no entanto, preferia a SRI ou o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), que cuida do programa Bolsa Família.
Havia uma grande pressão, inclusive de dentro do governo, para que Lula indicasse alguém do centrão para a articulação política, como uma forma de ter um diálogo mais direto com esses partidos, que se sentem pouco representados no círculo mais próximo do presidente.
Lula, no entanto, queria manter o Planalto nas mãos do PT.
*Com informações da Reuters.
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Autor: Redação InvestNews