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Agência de segurança de Israel culpa governo Netanyahu por falhas nos ataques de 7/10

Agência de segurança de Israel culpa governo Netanyahu por falhas nos ataques de 7/10

O serviço de segurança interna de Israel assumiu na terça-feira (5) a responsabilidade por não ter dado a devida atenção a sinais de alerta sobre o ataque do Hamas antes da ofensiva devastadora de 7 de outubro de 2023. No entanto, a agência também culpou o governo israelense por políticas que, segundo o relatório, permitiram ao Hamas acumular armas, arrecadar fundos e ganhar apoio silenciosamente, entre outras falhas.

As conclusões do Shin Bet, como é conhecida a agência de segurança, foram publicadas dias após um inquérito semelhante realizado pelo Exército de Israel, que concluiu que oficiais de alta patente subestimaram o Hamas e interpretaram erroneamente os primeiros sinais de que um grande ataque estava por vir.

O relatório divulgado na terça-feira trouxe apenas um resumo desclassificado, deixando uma quantidade desconhecida de informações em sigilo. No entanto, mesmo esse resumo já expôs falhas graves da agência.

Segundo o documento, planos para um ataque do Hamas ao sul de Israel chegaram às mãos de agentes de inteligência em 2018 e novamente em 2022, mas a agência não considerou essas informações como uma ameaça significativa. Como resultado, o Shin Bet não incluiu essa possibilidade nos cenários de confrontos futuros com o grupo militante.

Embora o Shin Bet tenha afirmado que levava o Hamas a sério, reconheceu que não respondeu adequadamente aos primeiros indícios de um ataque iminente, nem aos sinais posteriores de que um massacre estava prestes a ocorrer.

As autoridades israelenses decidiram divulgar os resultados do relatório, ainda que mantendo partes classificadas, devido à gravidade do ataque. No dia 7 de outubro, cerca de 1.200 pessoas foram mortas e aproximadamente 250 foram feitas reféns, dando início à guerra na Faixa de Gaza.

Resistência do governo Netanyahu a investigações independentes

O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem resistido à realização de uma investigação independente sobre os eventos que levaram ao dia mais mortal da história de Israel. Em vez disso, permitiu que cada instituição de segurança do país conduzisse sua própria análise, apesar da pressão pública por uma comissão de inquérito.

Durante um debate no Parlamento israelense na segunda-feira (4), Netanyahu afirmou que apoia a criação de uma comissão para investigar o ataque do Hamas, mas sugeriu que tal inquérito inevitavelmente produziria conclusões tendenciosas contra ele.

“Não me intimido com investigações fabricadas e uma caça política”, disse Netanyahu. “Continuarei a insistir na verdade. Continuarei a exigir uma comissão de inquérito equilibrada que alcance a verdade.”

A resistência de Netanyahu a uma investigação e aos pedidos de renúncia contrasta com a postura de outros líderes israelenses.

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Herzi Halevi, que deixará o cargo neste mês, assumiu a responsabilidade pelo que chamou de “falha terrível” ao não impedir o ataque. Já o chefe do Shin Bet, Ronen Bar, declarou à mídia israelense na terça-feira que não pretende renunciar até que todos os reféns israelenses sejam repatriados, mas admitiu que o ataque poderia ter sido evitado.

Críticas às políticas do governo

O relatório do Shin Bet também apontou falhas na coordenação com o Exército e na definição de uma cadeia de comando clara. “Esse não é o padrão que esperávamos de nós mesmos, nem o que o público espera de nós”, afirmou a agência.

Diferentemente do relatório militar recente, o documento do Shin Bet apontou diretamente as políticas do governo como fatores que contribuíram para o ataque. Segundo a agência, o governo permitiu que o Hamas acumulasse armamento e arrecadasse dinheiro para sua ala militar por meio de financiamento do Catar. Além disso, mencionou a relutância do governo em tomar iniciativas ofensivas, como alvejar líderes do Hamas na Faixa de Gaza.

O relatório também citou o tratamento de prisioneiros palestinos em centros de detenção israelenses e a “percepção de que a sociedade israelense estava enfraquecida”. Antes do ataque, Netanyahu havia avançado com um plano de reforma do Judiciário, que desencadeou protestos em todo o país. Muitos israelenses culpam Netanyahu pelo ataque do Hamas, argumentando que a instabilidade interna encorajou os militantes.

As conclusões do Shin Bet ecoam uma reportagem do The New York Times publicada semanas após o ataque, baseada em entrevistas com autoridades israelenses, árabes, europeias e norte-americanas, além da análise de documentos do governo israelense.

O gabinete de Netanyahu recusou um pedido de comentário sobre as descobertas do Shin Bet. No entanto, segundo a mídia israelense, o governo divulgou um comunicado informal a um grupo restrito de jornalistas locais, atribuído ao “círculo interno do primeiro-ministro”. O documento afirma que o relatório da inteligência apresentou uma “investigação que não responde a nenhuma pergunta” e que não está à altura da “magnitude do enorme fracasso da organização”.

O gabinete de Netanyahu também destacou uma série de falhas dos agentes de inteligência, incluindo uma avaliação apresentada poucos dias antes do ataque que “afirmava categoricamente” que o Hamas não queria iniciar uma ofensiva contra Israel. Além disso, criticou o chefe do Shin Bet, Ronen Bar.

“O chefe do Shin Bet não considerou necessário acordar o primeiro-ministro na noite do ataque – a decisão mais básica e óbvia que se poderia imaginar”, declarou o gabinete de Netanyahu.

c.2025 The New York Times Company

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Autor: Marina Verenicz

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