As forças russas recapturaram neste domingo mais três assentamentos na região de Kursk, no oeste da Rússia, informou o Ministério da Defesa, parte de uma operação para expulsar as tropas ucranianas que detêm pedaços do território sete meses após uma incursão transfronteiriça.
A declaração do ministério, publicada no aplicativo de mensagens Telegram, foi feita após relatos de blogueiros russos de que as forças especiais russas haviam se arrastado por quilômetros por meio de um gasoduto perto da cidade de Sudzha, em uma tentativa de surpreender as forças ucranianas.
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Os três assentamentos agora sob controle russo, conforme o ministério – Malaya Lokhnya, Cherkasskoye Porechnoye e Kositsa – ficam todos ao norte de Sudzha.
“As forças armadas da Federação Russa continuam a derrotar grupos do exército ucraniano no território da região de Kursk”, disse a declaração.
Mais cedo, blogueiros russos disseram que a operação do duto parecia ter como objetivo isolar milhares de soldados ucranianos na região antes das conversações ucranianas com os Estados Unidos sobre um possível acordo de paz para acabar com a guerra.
Tropas ucranianas tomaram cerca de 1.300 km² da região russa de Kursk em agosto do ano passado no que Kiev disse ser uma tentativa de ganhar uma moeda de troca em negociações futuras e forçar a Rússia a transferir forças do leste da Ucrânia.
A Rússia tem pressionado para retomar o controle da região com algum sucesso nos últimos dias. Mapas de código aberto na sexta-feira mostraram o contingente de Kiev em Kursk quase cercado após rápidos avanços russos.
“A tampa do caldeirão fumegante está quase fechada”, disse o ex-presidente russo Dmitry Medvedev no Telegram. “A ofensiva continua.”
Yuri Podolyaka, um blogueiro militar pró-Rússia nascido na Ucrânia, disse que as forças especiais russas avançaram quase 16 km (10 milhas) ao longo do interior do gasoduto de 1,5 metro de largura e passaram vários dias no duto antes de surpreender as forças ucranianas pela retaguarda perto de Sudzha.
O blogueiro de guerra pró-Rússia Two Majors disse que uma grande batalha estava em andamento para Sudzha e que as forças russas surpreenderam os soldados ucranianos ao entrar na área por meio de um grande gasoduto.
Temores europeus
Uma declaração de forças da Ucrânia disse que os soldados russos usaram o gasoduto em uma tentativa de ganhar uma posição, mas que os russos foram prontamente detectados e atacados com foguetes, artilharia e drones.
O Estado-Maior do exército ucraniano, em um relatório no final da tarde, disse que suas forças repeliram 15 ataques russos na região de Kursk, com seis confrontos armados ainda em andamento. Também relatou 12 ataques aéreos russos em suas posições.
Os avanços russos em 2024 e a reviravolta do presidente dos EUA, Donald Trump, na política dos Estados Unidos em relação à Ucrânia e à Rússia aumentaram os temores entre os líderes europeus de que a Ucrânia perderá a guerra e que Trump está dando as costas à Europa.
Os Estados Unidos suspenderam a ajuda militar e o compartilhamento de inteligência com a Ucrânia neste mês, depois que uma reunião entre Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, em 28 de fevereiro, se transformou em acrimônia diante da mídia mundial.
Em uma atualização anterior sobre a situação em Kursk, o Ministério da Defesa da Rússia disse que suas forças haviam retomado o vilarejo de Lebedevka, bem como tomado Novenke, um vilarejo do outro lado da fronteira, na região de Sumy, vizinha da Ucrânia.
Moscou não fez nenhuma menção oficial à operação do gasoduto, mas o major-general Apti Alaudinov, comandante das forças especiais Akhmat da Chechênia, republicou fotos no Telegram de forças especiais dentro de um gasoduto.
“Estou surpreso com as pessoas que realmente pensam que a Rússia poderia perder”, disse Alaudinov. “É um bom dia.”
Os canais russos do Telegram mostraram imagens de forças especiais com máscaras de gás e luzes, algumas usando xingamentos coloquiais coloridos em russo, enquanto caminhavam pelo interior do que parecia ser um grande cano.
Devido às restrições de comunicação no campo de batalha de ambos os lados, a Reuters não conseguiu verificar os relatos.
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Autor: Marina Verenicz
